Sociedade
13 dezembro 2022 às 12h33

Campo Maior vai acionar Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil

"Há aqui um cenário crítico na zona da Alagoa, uma zona mais baixa da nossa vila, em que ficaram inundadas várias habitações", diz Luís Rosinha, autarca de Campo Maior.

DN/Lusa

A Câmara de Campo Maior (Portalegre) vai acionar o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil, na sequência dos prejuízos causados nas últimas horas pelo mau tempo, disse esta terça-feira à agência Lusa o autarca, Luís Rosinha.

"Nós vamos fazer uma reunião às 14:30 para ativação do Plano Municipal de Emergência", disse, referindo que os moldes concretos que vão ser acionados serão definidos na reunião.

O autarca, que classificou a situação vivida em Campo Maior como "dantesca", disse ainda que, na sequência do mau tempo, foram encerradas escolas naquele concelho.

"Neste momento, não tenho a avaliação do número de ocorrências desta manhã, mas há aqui um cenário critico na zona da Alagoa, uma zona mais baixa da nossa vila, em que ficaram inundadas várias habitações", relatou.

Luís Rosinha apelou ainda à calma, mas ao mesmo tempo manifestou-se "preocupado" com a chuva que poderá surgir nas próximas horas.

A zona do largo da Alagoa, em Campo Maior, é um dos pontos mais afetados pelo mau tempo, havendo registo de inundações em várias habitações e carros submersos.

Nuno Martins, 56 anos, reside nesse largo e, em declarações à Lusa, relatou que "nunca" tinha assistido a uma "tragédia" como a que ocorreu esta manhã naquela vila alentejana.

"Nunca vi uma tragédia como a de hoje. A partir das 06:00 começámos a ouvir gritos e isto foi numa fração de segundos, ficaram logo 10 ou 12 carros a boiar", contou.

O morador explicou que ainda conseguiu retirar as suas viaturas da garagem, mas a chuva não deu tréguas, tendo a garagem ficado com água "até dois metros de altura" pouco tempo depois.

Segundo Nuno Martins, ainda "há muitos prejuízos a registar" naquela zona de Campo Maior.

"Nunca vi nada assim, pessoas de idade com água até aos ombros, a força da água não deixava abrir as portas, [vivemos] momentos difíceis", admitiu.

Vanda Coelho, de 33 anos, também reside naquele largo em Campo Maior e, em declarações à Lusa, disse que a sua habitação está "cheia de água" e tem o mobiliário "todo estragado", tal como os eletrodomésticos.

"Demos por isto por volta das 06:30. Ficámos cheios de água, eu e o meu marido tivemos que nos juntar à porta de casa, que a força da água até com isso rebentou", relatou.

Portalegre está esta terça-feira em alerta vermelho, colocado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), enquanto os outros distritos alentejanos, de Beja e Évora, estão em alerta laranja devido ao mau tempo.

A Proteção Civil alertou, na segunda-feira, para possibilidade de inundações e aumento dos caudais dos rios nos distritos de Leiria, Setúbal, Lisboa, Évora, Santarém e Portalegre,