14 junho 2016 às 14h29

Costa diz que não apelou à emigração de professores para França

As declarações do primeiro-ministro em Paris foram criticadas pela oposição. Costa defendeu o ensino de português em França

Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, rejeitou hoje que tenha apelado à emigração nas declarações sobre oportunidades de emprego para professores em França, dizendo que "a estrada da Beira e a beira da estrada não são a mesma coisa".

Em causa estão as declarações de António Costa, no domingo, quando, no balanço das celebrações do Dia de Portugal, em Paris, destacou o compromisso do Presidente francês, François Hollande, sobre o ensino do português, considerando que é uma oportunidade para muitos professores.

"A estrada da Beira e a beira da estrada não são a mesma coisa, pois não? Pois... Eu também não apelei à emigração!", escreveu hoje o primeiro-ministro na página oficial do Twitter.

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Estas declarações geraram críticas à direita, que compararam esta tomada de posição de António Costa às palavras do ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, quando em dezembro de 2011, numa entrevista ao Correio da Manhã, sugeriu a emigração para países de língua portuguesa, como Angola ou Brasil, como uma opção para aos professores que não conseguissem colocação em Portugal.

[citacao:A estrada da Beira e a beira da estrada não são a mesma coisa, pois não? Pois... Eu também não apelei à emigração!]

Em declarações aos jornalistas, no domingo, antes de regressar a Lisboa, António Costa referiu que em breve serão marcadas "as reuniões do grupo técnico que existe entre Portugal e França para o alargamento da presença do português" como língua de aprendizagem nas escolas francesas.

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"Isto é obviamente muito importante para a difusão da nossa língua. É também uma oportunidade de trabalho para muitos professores de português que, por via das alterações demográficas, hoje não têm trabalho em Portugal e que podem encontrar aqui, mas é também um grande desafio para a nossa tecnologia e para a capacidade de fomentar o ensino à distância", considerou o primeiro-ministro.