O maior círculo eleitoral do país trocou as voltas aos resultados de 2015, dando agora a vitória ao PS, que sobe mais de três pontos percentuais (3,2) face aos resultados de há quatro anos, elegendo mais dois deputados.
PSD e CDS, que em 2015 concorreram coligados, conseguem agora 27% dos votos (22,6% para o PSD, 4,4% para o CDS), contra os 34,68% das últimas legislativas. No conjunto, perdem quatro deputados.
O CDS fica mesmo atrás do PAN no distrito de Lisboa, ainda que por escassos 34 votos, caindo assim para o lugar de sexta força política. O partido de André Silva mais que duplica a votação, passando de 1,96% para 4,4%. Ganha 25 908 votos face a 2015 e o estatuto de quinto partido.
No polo oposto, Bloco de Esquerda (que fica em terceiro) e CDU (em quarto) perdem votos, mas com uma expressão bastante diferente: no caso dos bloquistas, são 18.494 votos, cerca de 1%, sem expressão no número de deputados, que se mantém nos cinco. Já a CDU recolheu agora menos 27.617 votos face a 2015, uma queda de 2% que fez a coligação perder um deputado.
Já no concelho de Lisboa, o PS até cai dos 34,76% de 2015 para os 33,27% (menos 11.193 votos), mas o resultado mais baixo garante-lhe agora a vitória que não conseguiu há quatro anos. Isto porque PSD e CDS ficam-se pelos 31,3%, longe dos 37,47% da coligação de Passos e Portas.
O BE mantém-se praticamente igual na terceira posição (perde duas décimas, 2486 votos), enquanto a CDU perde 4000 votos. Já o PAN ganha 5944 votos, averbando agora 11.891 votos no concelho de Lisboa - apenas mais sete votos que a Iniciativa Liberal, o maior dos pequenos partidos no concelho de Lisboa.
Na divisão por freguesias, o PSD ganha em oito das 24 freguesias de Lisboa - Belém, Estrela, Santo António (por 114 votos), Avenidas Novas, Alvalade, São Domingos de Benfica, Lumiar e Areeiro. O que significa que os socialistas vencem em 16 freguesias, com a vitória mais expressiva em Marvila, onde o PS chega aos 47,38% dos votos.
Sem exceção, socialistas e sociais-democratas dividem, em todas as freguesias de Lisboa, o estatuto de partidos mais votados. O Bloco surge como o terceiro partido, posição que assume em 20 freguesias de Lisboa. As exceções vão para Belém, Estrela e Avenidas Novas (terceiro lugar para o CDS) e Ajuda (onde é a CDU que surge na terceira posição).
Os três partidos que agora ganharam um assento na Assembleia da República foram todos eleitos pelo círculo de Lisboa, que elegeu nestas legislativas 48 deputados (mais um que há quatro anos). A Iniciativa Liberal fechou as contas do distrito com 2.47% dos votos (27.166), o Livre com 2,07% (22.807) e o Chega com 2% (22.053).
Mas, olhando para os resultados por concelho há diferenças substanciais: no campeonato dos pequenos a Iniciativa Liberal ganha no concelho de Lisboa - onde empata com o PAN, conseguindo 4,08% dos votos (com referido acima, a diferença entre ambos é de sete votos a favor do PAN).
O Livre também obtém um bom resultado na capital, com 3,26% dos votos (9508). O Chega surge a uma distância considerável, com 1,38% (4016 votos), atrás do Aliança de Santana Lopes, que recolhe 1,46%.
Este panorama muda de figura nos concelhos limítrofes da capital, onde o Chega é o mais votado destes três partidos. É o caso da Amadora, Odivelas, Loures, Sintra, Vila Franca de Xira, Sobral de Monte Agraço, Azambuja, Alenquer, Torres Vedras, Lourinhã e Cadaval.
É em Loures (onde André Ventura foi candidato nas autárquicas) que o Chega consegue o resultado percentualmente mais alto, com 2.93% (2881 votos), ficando à frente do CDS.
As exceções a este padrão são os concelhos de Cascais e Oeiras, onde a Iniciativa Liberal é o mais votado destes três partidos - respetivamente 3,2 e 3,1%.
Em Cascais, Mafra e Arruda dos Vinhos o Aliança "intromete-se" entre os três partidos que acabaram por eleger. Já o concelho de Sobral de Monte Agraço tem a particularidade de ter como pequeno partido mais votado o PCTP/MRPP, logo a seguir aos seis com assento parlamentar.