Os resultados são oficiais e vêm da Entidade Reguladora da Saúde. O Hospital de Braga é considerado o melhor do país, sendo o único a conseguir a classificação máxima de três estrelas em oito áreas clínicas. Também sob gestão do Grupo José de Mello Saúde, para terceiro lugar cai neste ano o Hospital de Vila Franca de Xira, com quatro áreas a obter a classificação máxima -- ficando assim ex-aequo com os hospitais de Tondela e Faro. O top três do ranking anual do Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS) fica neste ano completo apenas com unidades geridas por privados: em segundo lugar, com sete áreas a conquistar as três estrelas, destacou-se o Hospital de Cascais Dr. José de Almeida.
Duas Parcerias Público-Privadas (PPP), portanto, reúnem o maior número de classificações máximas em serviços das diferentes áreas, na avaliação anual do regulador da saúde.
Este é o segundo ano consecutivo em que o Grupo José de Mello garante duas das unidades que gere no top três, estabelecendo-se o Hospital de Braga uma vez mais como líder da excelência clínica em Portugal -- esta unidade consegue a classificação máxima nas áreas de Cardiologia (é o único do país a alcançar três estrelas nesta especialidade), Obstetrícia-Partos e Cuidados Pré Natais e Unidade de Cuidados Intensivos (que há nove anos consecutivos mantêm esta classificação), Neurologia AVC, Cirurgia de Ambulatório, Ortopedia - Cirurgia da Fratura Proximal do Fémur, Pediatria - Cuidados Neonatais e Tromboembolismo Venoso no Internamento. Outras áreas clínicas de Braga conseguem ainda atingir o nível de duas estrelas, sendo que este hospital não apresenta qualquer área ou especialidade com avaliação negativa. O que, para a instituição, é prova da "garantia de que os cuidados de saúde são prestados com qualidade e nas melhores condições de segurança para o doente".
"Estes resultados demonstram não só a qualidade dos cuidados de saúde prestados no Hospital de Braga como também a competência dos profissionais de saúde que nele trabalham e diariamente demonstram elevados níveis de desempenho, sempre com o propósito de prestar os melhores cuidados de saúde à população", afirma o diretor clínico, Alberto Bessa Peixoto.
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Estes são resultados que uma vez mais deverão dar argumentos ao governo de António Costa contra uma das reivindicações mais antigas de PCP e sobretudo Bloco de Esquerda, que têm insistido no fim de todas as Parcerias Público-Privadas, com particular insistência de Catarina Martins nas da Saúde, que diz não servirem o país.
É porém uma voz dissonante nessa área -- e sobretudo quando são especialistas a ser ouvidos são sobretudo elogios que servem para classificar as PPP da Saúde. "Elas nunca foram objeto de litígio nem de crítica quanto ao seu valor e à sua execução porque foram geridas sempre com enorme rigor", defendeu ao DN Correia de Campos (antigo ministro socialista), no artigo acima reproduzido. Opinião partilhada por Leal da Costa (antigo ministro social-democrata), que justifica o seu êxito com a boa negociação e sublinha mesmo "não ser verdade que se fosse apenas serviço público ficava mais barato".
Com efeito, mesmo os estudos desenvolvidos pelo regulador desta área têm demonstrado que as PPP, com destaque para a de Braga, têm permitido ao Estado poupar dinheiro na saúde -- uma média de 33 milhões/ano, no caso do que é considerado o melhor hospital do país.
Também Marcelo Rebelo de Sousa, tem defendido a qualidade e (por isso mesmo) manutenção das parcerias na saúde. O Presidente tem insistido no valor da intervenção privada na saúde como uma "parceria positiva" e uma forma de o interesse público poder "contar com a colaboração dos privados, com a gestão privada competente", e, recorde-se, escolheu mesmo uma PPP para a sua primeira visita a um hospital -- a de Vila Franca de Xira, administrada pelo Grupo Mello, em março de 2016.