Em novembro de 2020, recebi, de um agente da PSP, o link de um post público de Facebook. Neste, o autor, também agente da PSP, de nome João Nunes, lamentava que o Tribunal da Relação tivesse confirmado a sua condenação a quatro anos de prisão (suspensos) no processo que ficou conhecido como "da Cova da Moura". E referia as vítimas - todas negras - como "vagabundos", "bandidos", "bandidos com cadastro", "que nada fazem além de vender droga e brincar com armas em filmes autorizados pela polícia" e o sistema judicial como "seus lixos", "madeira podre e nojenta", assinando: "agente da PSP, condenado por ter feito o seu trabalho, conforme toda a legislação em vigor. Facto."