"Não me quero comprometer com uma data, porque temos que negociar [...] com as Finanças e, como se sabe, há hoje um regulamento de proteção de dados que não é propriamente muito amistoso deste tipo de questões. Seria muito mau se eu estivesse aqui já a assumir um compromisso que depois, por razões de relações institucionais, pode não ser possível", afirmou em entrevista à Lusa.
Apesar de acreditar que possa ser possível avançar com a medida em julho, tal como previsto em Lisboa, aquele responsável sublinha que, em causa está um "problema técnico fiscal" que se prende com a necessidade de garantir que não há "margem para fraude".
"As medidas são todas elas muitos boas se puderem ser olhadas como medidas justas. Nós estamos a trabalhar em conjunto com a Área Metropolitana de Lisboa, que definiu como critério a declaração de rendimentos, o que me parece bem. É um assunto que está a ser estudado e havendo condições objetivas para isso avançará", explicou.
Com o passe família, todos os elementos de um agregado familiar que vivam na mesma casa têm acesso ao passe único por um preço fixo de 80 euros, correspondente ao valor de 2 títulos mensais.
Eduardo Vítor Rodrigues acredita, no entanto, que o impacto do adiamento da entrada em vigor desta medida não será muito significativo, tendo em conta os títulos disponíveis.
"Sem querer desvalorizar o passe família, também é verdade que, depois de termos um passe único de 30 ou de 40 euros, depois de termos o sub12, o passe escolar para os alunos intermédios e o passe social para os idosos, o passe família transforma-se num passe suplementar ou de suplementar importância para os agregados", declarou.
Em entrevista à Lusa a dias da entrada em vigor do passe único, o presidente da AMP lembrou ainda que, no caso da Área Metropolitana do Porto, o passe sub12 não entra em vigor já no dia 01 de abril, mas em setembro, no início do ano letivo.
"Estamos na fase final do ano letivo, o passe sub12 diz respeito apenas a crianças e jovens com percurso escolar e, portanto, faz sentido que ele comece no dia 01 de setembro. Devo dizer, contudo, que é também uma decisão instrumental para evitar uma invasão às lojas andantes (...) e nós temos que dar prioridade aos adultos", explicou, sublinhando que o passe sub12 não substitui o passe escolar.
O autarca defende ainda que, no futuro, o passe sub12 deve ser entendido como um "instrumento" mais alargado que agregue, por exemplo, o acesso ao recinto escolar.
Assim, nesta fase, a Área Metropolitana do Porto irá avançar apenas com o passe municipal de 30 euros, para viagens dentro do concelho ou até 3 zonas contíguas, e o metropolitano de 40 euros, sendo que o mesmo só estará disponível nos operadores já integrados no sistema intermodal Andante.