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28 fevereiro 2022 às 01h38

Amadora quer ampliar rede de pistas de caminhada e juntar-se a Lisboa na rede de bicicletas GIRA

Numa altura em que a Amadora é uma das três cidades finalistas para o prémio da Semana Europeia da Mobilidade 2021, o DN foi perceber qual a oferta do município nesta área e os novos projetos.

Na Amadora aguarda-se com grande ansiedade a chegada do dia 28 de março, data em que se saberá se a cidade baterá as suas duas concorrentes - Kassel (Alemanha) e Lüleburgaz (Turquia) - e será a vencedora do prémio Semana Europeia da Mobilidade 2021, na categoria de cidades com mais de 100 mil habitantes. Mas enquanto se espera pelo resultado deste prémio, a autarquia já desenha os próximos passos que dará na área da mobilidade no concelho.

De acordo com a organização da Semana Europeia da Mobilidade, uma iniciativa da Comissão Europeia que envolve 3100 cidades de 53 países, Amadora foi escolhida como uma das três finalistas "pela integração de todas as faixas etárias em eventos de mobilidade sustentável - como passeios de bicicleta, testes de veículos elétricos e diálogo organizado com jovens repórteres ambientais - e a utilização de parcerias promocionais estratégicas com o comércio local". "Esta nomeação é muito importante porque promovemos muito a mobilidade sustentável dentro do concelho. Gostamos que os nossos idosos e os nossos jovens se cruzem nas nossas pistas de caminhada, nas nossas pistas cicláveis, temos feito uma integração de todos os grupos etários dentro da mobilidade sustentável", diz ao DN Vítor Ferreira, vereador da Mobilidade e Transportes da Câmara Municipal da Amadora, que adianta que elementos da organização estiveram na cidade no início do mês (antes de serem conhecidos os finalistas) e ficaram muito satisfeitos com o que viram.

As pistas de caminhada são uma das joias da coroa da mobilidade na Amadora. "Temos cerca de 21 quilómetros de pistas de caminhada e temos cerca de mais 20 quilómetros em projeto. Porquê? Porque algumas destas pistas ainda não estão interligadas e estamos a tratar disso, para termos um continuum destas pistas no nosso território", explica o autarca.

Menos desenvolvidas estão as redes de pistas cicláveis e de postos de carregamento de carros elétricos, "nas quais precisamos de fazer uma grande aposta". "Temos 1,7 quilómetros de pistas cicláveis e estamos a tratar de um projeto de mais 13 quilómetros de pistas através de uma candidatura que fizemos ao Portugal Ciclável 2030, e na qual faremos ligações intermunicipais com os concelhos de Sintra, Odivelas e Lisboa. E estamos a trabalhar com o concelho de Oeiras para uma segunda fase", revela Vítor Ferreira, referindo que a autarquia tem "no orçamento seis milhões de euros para as pistas cicláveis".

No que diz respeito a postos de carregamento de veículos elétricos, a rede promovida pela autarquia é de apenas quatro postos, sendo que existem mais a nível privado, nomeadamente em superfícies comerciais. Para colmatar esta falta, a Câmara da Amadora tem já prevista a instalação de doze postos de carregamento nos interfaces de transportes públicos do concelho, estando o lançamento do concurso previsto até final do ano.

Em termos de transportes, o concelho da Amadora possui serviços de sharing de automóveis e motas. Ainda não enveredou pela partilha de bicicletas, mas já está a trabalhar nesse sentido em parceria com Lisboa, tendo já feito um estudo para colocar postos de bicicletas junto aos interfaces de transportes públicos do concelho. "Começámos por trabalhar isto em conjunto com o município de Lisboa que, por sua vez, tem isso descentralizado para a EMEL. Só que a EMEL só podia gerir o território, que é isso que tinha no acordo com a câmara, do município de Lisboa, mas sei que há alterações nesse sentido", afirma o vereador da Mobilidade e Transportes da Amadora, explicando o porquê desta parceria, que esperam ter concretizada e a funcionar até ao final do mandato. "Não faz qualquer sentido que alguém que venha do Colombo chegue às Portas de Benfica e tenha um outro sistema de bicicletas elétricas. É um caminho que estamos a fazer em conjunto com a EMEL e com a Transportes Metropolitanos de Lisboa para que seja possível um sistema integrado, pelo menos, ao nível da Área Metropolitana Norte".

ana.meireles@dn.pt