A pandemia levou a EMEL a perder mais de 30% das suas receitas em 2020. A empresa que gere o estacionamento e a mobilidade em Lisboa esteve cerca de dois meses sem cobranças por causa do primeiro confinamento.
Empresa esteve perto de dois meses sem cobranças. Via Verde sofreu quebra de mais de um terço.
A pandemia levou a EMEL a perder mais de 30% das suas receitas em 2020. A empresa que gere o estacionamento e a mobilidade em Lisboa esteve cerca de dois meses sem cobranças por causa do primeiro confinamento.
Também neste negócio, a Via Verde registou uma quebra de mais de um terço das transações. Depois de um primeiro trimestre de 2021 praticamente perdido, antecipa-se uma lenta recuperação até ao final do ano.
Em 2020, as receitas da EMEL ascenderam aos 28 milhões de euros, o que compara com os 41 milhões de 2019. A não cobrança de estacionamento durante o primeiro confinamento, entre 16 de março e 11 de maio, ajuda a explicar a perda de 31,7% nos rendimentos de exploração, adianta fonte da empresa ao Dinheiro Vivo.
A perda de faturação nos parques de estacionamento foi de 40%, para 3,3 milhões de euros; nos lugares da via pública, a descida foi de 29,5%, para 17 milhões de euros. No ano passado, a empresa municipal ultrapassou a fasquia dos 100 mil lugares sob gestão: 92 675 nas ruas e avenidas; 7356 em parques de estacionamento.
O primeiro confinamento também implicou a suspensão da fiscalização das brigadas da EMEL. No ano passado, essa atividade registou uma perda de receita de 41%, para 4,66 milhões de euros.
A partilha de bicicletas da rede Gira e os postos de carregamento para carros elétricos foram os únicos negócios na empresa que aumentaram as receitas em 19%, para 448,2 mil euros.
Cada vez mais presente neste negócio a nível nacional está a Via Verde. Além dos identificadores à entrada de 213 parques de estacionamento, a empresa do grupo Brisa conta com a aplicação Via Verde Estacionar, que permitiu pagar as tarifas na via pública em cerca de 139 mil lugares de 30 municípios no final do ano passado - passaram a 31 já neste ano, com a entrada em Chaves.
Lisboa, Porto, Gaia, Braga, Sintra, Cascais, Almada e Oeiras são alguns dos municípios onde esta solução tecnológica está disponível. Para evitar os contactos com os parquímetros, o número acumulado de descarregamentos da aplicação cresceu 86,8% no passado, para 891 mil.
"Contudo, em virtude da pandemia o crescimento das adesões ao Via Verde Estacionar não foi acompanhado por igual crescimento do volume das transações", assinala fonte oficial da Via Verde.
No caso dos parques de estacionamento, a quebra das transações foi de 36% face a 2019. À conta disto, os serviços de estacionamento representaram 6% das receitas da Via Verde em 2020, menos um ponto percentual do que no ano anterior.
O primeiro trimestre do ano fica marcado por um novo período de confinamento. Apesar de a redução da mobilidade não ter sido tão acentuada, a cobrança de estacionamento em Lisboa voltou a ser suspensa, por decisão da Assembleia Municipal. Com efeitos desta a 25 de janeiro, a medida apenas será levantada em 5 de abril.
Diogo Ferreira Nunes é jornalista do Dinheiro Vivo