Houve militantes do PS a recolher assinaturas para si ou eventualmente organizações do PS?
Não. Há gente que me ajuda - sou um homem só mas não estou sozinho. A principal pessoa que me ajuda é a minha filha, a nível de internet, a nível de preparar o terreno para ir à junta de freguesia buscar as certidões. Mas eu quis fazer o trabalho de formiga, fui eu que as arranjei, às assinaturas, noventa e tal por cento fui eu que as arranjei, porque só fazia sentido assim. Eu não podia ir para as praças com quatro ou cinco pessoas, porque estamos em tempo de covid, e ninguém ia assinar. Apostei forte nos hipermercados, à beira dos carrinhos, onde as pessoas vão buscar os carrinhos para ir às compras, porque normalmente ao lado do carrinho havia o gel e as pessoas assinavam e desinfetavam as mãos. Isto foi muito difícil em tempo de covid. Mas para mim foi mais fácil. Há cinco anos eu andava a arranjar assinaturas e em dez pessoas assinavam duas. Agora, em vinte pessoas 19 assinavam. Porque as pessoas levam isto muito a sério, as pessoas querem a minha voz e querem que eu vá a jogo. E sabem que não desisti. Há cinco anos, numa sondagem na quinta-feira antes das eleições, davam-me 0,3% e eu tive trinta vezes mais, 3,28%, e isso foi incrível.