19 SET 2022
18 setembro 2022 às 22h14

PDE, o novo partido transeuropeu que se coloca entre o PS e o PSD

As bases para que nasça um novo partido transeuropeu estão criadas e a recolha de assinaturas já está em marcha para que a nova força possa concorrer às Europeias de 2024.

O movimento já está rua a recolher as 7500 assinaturas que são necessárias para fazer nascer uma nova força política em Portugal, o Partido Democrático Europeu (PDE), que será liderado por Tiago Matos Gomes, ex-presidente do Volt Portugal. "Esperamos no próximo verão ter tudo pronto para entregar no Tribunal Constitucional", afirma ao DN o também antigo jornalista, tendo em vista concorrer já às eleições Europeias de 2024.

Mesmo sem ter o estatuto formal de partido, os princípios e base ideológica do PDE foram apresentados na passada quinta-feira, dia 15 de Setembro, Dia Internacional da Democracia. O que aconteceu a par do anúncio da criação do European Star Party, o partido-mãe, de cariz europeu e o primeiro transeuropeu a nascer em Portugal, e que vai tentar fazer caminho na Ucrânia, Itália, Alemanha, Reino Unido, Polónia e Espanha. "O PDE é o partido que faltava à democracia portuguesa e europeia. Este é o partido que quer ser a verdadeira alternativa ao PS e ao PSD", garante Tiago Matos Gomes.

E porque liderou o Volt Portugal - um partido pan-europeu-, o fundador do PDE quer marcar as devidas diferenças. "O Volt Portugal foi-se colocando à esquerda e falando cada vez mais para um nicho, muito virado para os jovens. Este novo partido está ao centro e quer falar para o eleitorado do PS e PSD, para a classe média sobre os seus problemas, a mobilidade, transportes, salários, segurança".

Tiago Matos Gomes garante que o PDE quer ser uma "força abrangente, que quer captar pessoas de todas as áreas". Por isso uma força de centro, moderada e reformista, com dois valores: o eurofederalismo e a ecologia.

"Somos do centro, estamos entre a social democracia e o social liberalismo. Estamos em Portugal entre o PS, de centro-esquerda, e o PSD, de centro-direita. Somos moderados porque recusamos os extremismos e os populismos, à esquerda e à direita. Não nos revemos na esquerda identitária nem na direita conservadora. Temos políticas e propostas equilibradas, baseadas na evidência científica e em exemplos de sucesso praticados noutros pontos da Europa e do mundo", assume o fundador do PDE.

Sobre o reformismo, Tiago Matos Gomes sublinha a necessidade mudar estruturalmente o país nos seus vários setores para que Portugal "de uma vez por todas esteja no pelotão da frente entre os Estados da União Europeia".

A vocação ecológica está interligada ao eurofederalismo já que, defende o líder do PDE, "temos urgentemente de mudar de hábitos, desde a escala pessoal e familiar à escala de governos, Estados e continentes". Daí, diz, "a escala europeia ser tão importante também para revolver este problema bem como, existindo uma federação, ter voz e poder para influenciar boas práticas no resto do mundo".

No site daquele que será o novo partido - https://www.partidoeuropeu.org/ - aponta-se à criação de um futuro governo-sombra de 12 pastas: Economia e Finanças; Educação, Ciência e Tecnologia; Europa e Assuntos Externos; Ambiente e Energia; Saúde; Justiça; Cultura e Desporto; Defesa e Segurança Interna; Planeamento e Organização Territorial; Agricultura e Mar; Infraestruturas e Mobilidade; Trabalho e Segurança Social.

Tiago Matos Gomes explica que a ideia é que o partido não seja unipessoal, mas que tenha rostos que possam protagonizar as propostas em cada pasta.

Para já com ele tem na estrutura de direção do movimento dois vice-presidentes: Tiago Romão, que ainda pertenceu por pouco tempo ao Volt Portugal, e Rebeca Gradissimo, que integrou a mesma força política. O líder da Juventude Europeia (a estrutura jovem do partido) é João Sousa.

O processo de recolha de assinaturas e trabalho nas redes sociais são para Tiago Matos Gomes essenciais para dar a conhecer a nova força e conseguir vir a dar-lhe mais sucesso eleitoral do que o anterior partido que liderou.

"Bom, nós sabemos que ser moderado não está na moda, que posições populistas e extremistas chamam mais a atenção e que o facilitismo e o simplismo é mais facilmente captado e entendido. Mas nós faremos o nosso caminho, este projeto é uma maratona, não é um sprint. Estaremos muito próximos da sociedade civil", assegura Tiago Matos Gomes.

paulasa@dn.pt