"O facto de a Índia ultrapassar a China como país mais populoso do mundo, por si só, não altera a balança de poder face à China nem as respetivas posições nos rankings do poder e do desenvolvimento mundiais. Mas é relevante, e a Índia decerto aproveitará quer como argumento suplementar na sua candidatura a membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, quer para reivindicar ser não só "a maior democracia do mundo" mas também a responsável pelo facto de o país mais populoso ser agora uma democracia! E isso além do enorme potencial conferido por uma população jovem", afirma Luís Tomé, professor catedrático de Relações Internacionais na Universidade Autónoma de Lisboa e um grande conhecedor das dinâmicas dos dois gigantes asiáticos. Segundo as previsões das Nações Unidas, a China deixará este ano de ser o país com mais gente, posição que passará a ser ocupada pela Índia. No final de 2022 ambos os países tinham 1430 milhões de habitantes (dados da Economist Inteligente Unit, mas com certa margem de erro).