Os carros ligeiros a circular em Portugal são cada vez mais velhos. A idade média do parque automóvel português subiu em 2019, dos 12,6 para os 12,7 anos. Há mesmo mais de um milhão de veículos com mais de 20 anos, segundo os dados avançados esta terça-feira pela ACAP - Associação Automóvel de Portugal, em Lisboa.
Considerando que o parque automóvel português tem 6,5 milhões de veículos, significa que 15,4% dos carros nas estradas já têm mais de duas décadas, detalhou a associação automóvel durante a conferência de imprensa anual, realizada em Lisboa.
Metade dos veículos a circular em Portugal é movida a gasolina; 48% são abastecidas a gasóleo; 2% são movidos a energias alternativas. A idade avançada dos veículos tem consequências graves para o ambiente, argumenta a ACAP. "Os carros antigos a gasóleo emitem mais 85% de NOx, mais 30% de CO2 e têm mais 25% do consumo do que os atuais automóveis", assinala Pablo Puey, presidente do conselho estratégico da associação automóvel.
O aumento da importação de carros usados também penaliza a idade do parque automóvel português. Em média, cada automóvel que se vai buscar ao estrangeiro tem cerca de 5,5 anos; 80% destas unidades são abastecidas a gasóleo. Os importados usados (79 459 unidades) já representam 35,5% das vendas de carros novos.
A ACAP, para atenuar este problema, defende o regresso do incentivo ao abate de veículos. "Pode atingir 25 mil automóveis (com 23/24 anos), contribuindo para uma receita fiscal líquida de 83,5 milhões de euros", argumenta Helder Pedro, secretário-geral da ACAP. Este programa também poderia funcionar "com parte das receitas do Fundo Ambiental" para a descarbonização.
Diogo Ferreira Nunes é jornalista do Dinheiro Vivo
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