Aristide Feldholt, identificado como um "executivo" da Adidas, e DJ Marshmello subiram na quarta-feira ao palco 8 do pavilhão 3 da Web Summit para anunciar um novo "oásis virtual", o adiVerse. Porém, tudo não passou de uma farsa.
A farsa foi revelada 24 horas depois pela dupla de ativistas The Yes Men, conhecidos pelos pseudónimos de Andy Bichlbaum e Mike Bonanno, que no palco protagonizaram o papel de Aristide Feldholt e DJ Marshmello.
Aristide Feldholt, identificado como um "executivo" da Adidas, e DJ Marshmello subiram na quarta-feira ao palco 8 do pavilhão 3 da Web Summit para anunciar um novo "oásis virtual", o adiVerse. Porém, tudo não passou de uma farsa.
Mais de 24 horas depois, a mentira foi revelada pela dupla de ativistas The Yes Men, conhecidos pelos pseudónimos de Andy Bichlbaum e Mike Bonanno, que no palco protagonizaram o papel de Aristide Feldholt e DJ Marshmello, apesar de serem bem visíveis as diferenças físicas entre Bichlbaum e Feldholt.
Numa nota enviada aos jornalistas , os ativistas garantem que a organização do evento teria acreditado que tinha convidado a Adidas e o DJ Marshmello para discursar, "quando o que tiveram foi uma cabala bem organizada de ativistas que conceberam uma sátira para atingir a Adidas por inação sobre questões laborais".
Os The Yes Men asseguram ainda que o grupo Lisbon Breakers, que realizou uma coreografia em palco, não teria percebido que havia sido contratado por "impostores".
O verdadeiro DJ Marshmello confirmou a farsa nas redes sociais. "Quem quer que a Web Summit tenha contratado para atuar ou dar entrevistas não sou eu. Peço desculpa a quem se deixou enganar por aquele impostor. A minha equipa já contactou a Web Summit", escreveu no X.
Os The Yes Men têm como principal objetivo alertar para problemas como os direitos laborais, através de ações mediáticas, fazendo-se passar por pessoas poderosas e porta-vozes de grandes organizações para denunciar como as empresas agem de forma desumana.
Os ativistas dizem, no seu site, que "destroem marcas, criam ilusões públicas, trabalhamos com comunidades, perturbam eventos e personificam entidades nefastas" com o objetivo de "apoiar mudanças positivas em torno de questões importantes, geralmente aquelas que ainda não recebem a atenção que merecem".
Na Web Summit, os The Yes Men apresentar o adiVerse, um "oásis virtual" através do qual a Adidas recompensaria dezenas de milhares de trabalhadores "mal pagos" por via de uma criptomoeda, a adiCoin, gerada por um minúsculo chip implantado nos corpos dos trabalhadores da marca e que rastrearia a produtividade dos trabalhadores em tempo real.
"Imaginem um lugar onde os trabalhadores, mesmo os mais pobres, podem ter tudo o que quiserem, onde os trabalhadores que não têm uma boa refeição por dia podem festejar o dia todo e a noite toda, onde os trabalhadores possam educar e cuidar dos filhos menores e onde mesmo sem dinheiro, os trabalhadores ainda podem viver vidas plenas e gratificantes", afirmou o suposto Aristide Feldholt em pleno palco da Web Summit.
Assim, o adiVerse permitiria "oferecer algo ainda melhor: um lugar onde os trabalhadores poderiam desfrutar dos luxos de um mundo de sonho ilimitado" e que os trabalhadores que não conseguem pagar por uma refeição todos os dias "serão capazes de viver além dos seus sonhos" e os mais desfavorecidos "poderão viver vidas plenas e gratificantes", mesmo "sem dinheiro real".
Sem que alguém levantasse alguma objeção, o suposto "executivo" da Adidas falou das "origens nazis" da marca, "terceirização do trabalho forçado na Segunda Guerra Mundial", os problemas de trabalho infantil "quase resolvidos" e os atuais "abusos laborais".