15 julho 2018 às 19h15

Do bis de Deschamps ao pé frio de Lovren. Números e factos da final

Gauleses passam a somar dois títulos mundiais, igualam Argentina e Uruguai e descolam de Inglaterra e Espanha. Única seleção que venceu dois dos últimos seis Campeonatos do Mundo

David Pereira

A vitória da França sobre a Croácia na final de Moscovo manteve o lote de países campeões mundiais com apenas oito nomes, ao cabo de 21 edições. A hierarquia continua a ser liderada pelo Brasil (cinco), mas os gauleses descolaram de Inglaterra e Espanha e apanharam Argentina e Uruguai, que somam dois títulos.

Os gauleses sucedem assim à Alemanha, campeã em 2014, e repetem o triunfo de 1998 e tornam-se a única seleção com dois títulos nos derradeiros seis Campeonatos do Mundo.

Eis alguns números e factos da final do Mundial:

- O jogo que valeu a taça, que culminou com a vitória de les bleus sobre a Croácia por 4-2, foi a final com mais golos desde 1966. Apenas em 1958, quando a Brasil venceu a anfitriã Suécia por 5-2, é que houve mais golos numa final (sete). A deste ano, com seis remates certeiros, iguala as de 1930, 1938 e 1966, que terminou com vitórias de Uruguai, Itália e Inglaterra sobre Argentina, Hungria e Alemanha, respetivamente. E desde 1974, quando a Alemanha foi para o intervalo a vencer a Holanda por 2-1, que não havia três ou mais golos numa primeira parte de uma final.

- Quem também fez história foi o selecionador Didier Deschamps, que se tornou o terceiro a ganhar o Mundial como jogador (1998) e treinador (2018), depois do brasileiro Mário Zagallo (1958, 1962 e 1970) e do alemão Franz Beckenbauer (1974 e 1990).

- Já o central Raphael Varane tornou-se o primeiro a conquistar Liga dos Campeões e Mundial no mesmo ano, sucedendo a sete alemães do Bayern Munique em 1974, Maier, Beckenbauer, Breitner, Schwarzenbeck, Kapellmann, Hoeness, Gerd Muller; ao compatriota e médio do Real Madrid em 1998, Karembeu; ao lateral brasileiro e também merengue Roberto Carlos (2002); e ao ex-companheiro de Real Madrid e médio alemão Khedira (2014).

- Por outro lado, o central croata do Liverpool, Lovren, tornou-se o 13.º a perder a final da Liga dos Campeões e do Mundial no mesmo ano, sucedendo a: Liedholm em 1958 (Milan/Suécia), Breitner, Rummenigge e Dremmler em 1982 (Bayern Munique/Alemanha); Butt, Ramelow, Ballack, Schneider e Ballack em 2002 (Bayer Leverkusen/Alemanha); Henry em 2006 (Arsenal/França); e Van Bommel e Robben em 2010 (Bayern/Holanda).

- Quanto ao melhor jovem do torneio, Kylian Mbappé, não bateu qualquer recorde mas esteve próximo, tornando-se o terceiro jogador mais jovem de sempre a disputar a final de um Mundial e o segundo mais jovem a marcar num jogo decisivo, com 19 anos e 207 dias. Pelé continua a ser o detentor de ambos os recordes, estabelecidos em 1958 (17 anos e 249 dias).

- 19 são os anos de Mbappé mas também o número de jogos em que N'Golo Kanté e Paul Pogba partilharam a titularidade no meio-campo francês, com um registo invicto: 15 vitórias e quatro empates. O médio do Manchester United foi o primeiro jogador dos red devils a marcar na final de um Mundial.

- Mario Mandzukic tornou-se o segundo jogador a marcar na própria baliza e na do adversário num jogo do Mundial, sucedendo ao holandês Ernie Brandts num encontro diante da Itália, em 1978. O avançado croata, que vai ser companheiro de Cristiano Ronaldo na Juventus, é apenas o quinto da história a marcar numa final de Campeonato do Mundo e de Liga dos Campeões, sucedendo a Ferenc Puskas, Zoltan Czibor, Gerd Muller e Zinedine Zidane.

- Desde 2002, quando o Brasil arrecadou o troféu, que uma seleção não vencia o Campeonato do Mundo sem necessidade de jogar qualquer prolongamento ao longo da competição.

- Griezmann, o homem do jogo da final para a FIFA, sucede ao compatriota Zidane (2006), que tinha sido o último a marcar de grande penalidade na final de um Campeonato do Mundo.

- Desde 1982 que o Bayern Munique tem sempre jogadores em campo na final de um Mundial: Espanha 1982: Paul Breitner, Wolfgang Dremmler e Karl-Heinz Rummenigge (Alemanha); México 1986: Lothar Matthäus, Norbert Eder e Dieter Hoeness (Alemanha); Itália 1990: Klaus Augenthaler, Jürgen Kohler e Stefan Reuter (Alemanha); Estados Unidos 1994: Jorginho (Brasil); França 1998: Bixente Lizarazu (França); Coreia do Sul/Japão 2002: Oliver Kahn e Jens Jeremies (Alemanha); Alemanha 2006: Willy Sagnol (França); África do Sul 2010: Arjen Robben, Mark van Bommel e Edson Braafheid (Holanda); Brasil 2014: Manuel Neuer, Jérôme Boateng, Thomas Müller, Philipp Lahm, Bastian Schweinsteiger, Toni Kroos e Mario Götze (Alemanha); e Rússia 2018: Corentin Tolisso (França).

- Os bávaros, porém, não estão sozinhos nesse registo. O Inter de Milão também tem estado representado em todas as finais desde 1982: Giuseppe Bergomi, Gabriele Oriali e Alessandro Altobelli (Itália) em 1982; Karl-Heinz Rummenigge (Alemanha) em 1986; Andreas Brehme e Lothar Matthäus (Alemanha) em 1990; Nicola Berti (Itália) em 1994; Ronaldo (Brasil) e Youri Djorkaeff (França) em 1998; Ronaldo (Brasil) em 2002; Marco Materazzi (Itália) em 2006; Wesley Sneijder (Holanda) em 2010; Rodrigo Palacio (Argentina) em 2014; e Marcelo Brozović e Ivan Perišić (Croácia) em 2018.