07 agosto 2009 às 12h18

Souto Moura aceitou desenhar projecto de ampliação provisória do Estádio de Braga

O arquitecto Souto Moura, autor do projecto do Estádio Municipal de Braga, um dos mais emblemáticos recintos construídos de raiz para o Euro2004 em futebol, vai agora responsabilizar-se pelo plano de ampliação provisória que permita chegar aos 40 000 lugares.

Lusa

Souto Moura confirmou à Agência Lusa que foi contactado pelo presidente da Câmara Municipal de Braga, Mesquita Machado, para elaborar o projecto que permita à cidade minhota integrar a candidatura ibérica ao Mundial de 2018 ou 2022.

Segundos os requisitos da FIFA, só estádios com capacidade igual ou superior a 40 000 lugares podem integrar candidaturas à maior competição de selecções, um número que supera em 10 000 lugares a actual capacidade do recinto utilizado pelo Sporting de Braga.

"Fui contactado pelo presidente da Câmara Municipal de Braga para fazer este projecto de adaptação e aceitei", revelou Souto Moura, que apresentou apenas uma condição antes de aceder ao pedido de Mesquita Machado: "terá sempre de ser uma obra provisória".

Sem querer fazer estimativas de custos, Souto Moura desvalorizou o obrigatório dispêndio financeiro nas bancadas amovíveis, lembrando que o investimento nos estádios para o Euro2004 "teve retorno".

O criador da "Pedreira" não sabe ainda se o projecto final abarcará bancadas nos dois topos, mas "o ideal será recorrer a apenas um, sempre com a condição de serem retiradas posteriormente".

Sob essa promessa do município bracarense, Souto Moura confessou que terá em mãos "um desafio muito interessante".

Mesquita Machado já tinha considerado, também à Lusa, que esta ampliação provisória era uma exigência da FIFA "perfeitamente exequível e ultrapassável, sem grandes custos".

Caso se confirmem as entradas de Braga e Algarve no projecto ibérico de candidatura, o lado português desta aliança terá um "peso" geográfico de Norte a Sul, alargando a oferta inicial, que se cingia aos estádios do Dragão, Luz e Alvalade, os únicos com capacidade superior a 40 000 lugares.

O Estádio Algarve, cuja exploração é repartida pelos municípios de Faro e Loulé, também terá de sofrer obras de ampliação para acrescentar cerca de 15 000 lugares à capacidade actual, embora, neste caso, a ideia seja construir bancadas definitivas.

Os dois municípios esperam financiar a obra por intermédio de uma parceria público/privada, mas antes, e tal como sucedeu com Souto Moura em Braga, terão de solicitar um projecto de ampliação ao arquitecto que desenhou o recinto, o australiano Damon Lavelle.

O arquitecto da Populous, antiga Hok Sport, deverá passar pelo Algarve em meados deste mês para se reunir com os presidentes das câmaras de Loulé, Seruca Emídio, e Faro, José Apolinário.

NF.