Desporto
24 outubro 2023 às 20h23

Benfica sem ideias hipoteca milhões da Champions

Terceiro jogo na prova, terceira derrota, desta vez na Luz diante da Real Sociedad. Agora só um milagre pode salvar a equipa que está no último lugar do Grupo D e com a Liga Europa em risco. Faltou tudo às águias numa noite de chuva e de fraco futebol.

O adeus à Champions só não é definitivo, porque matematicamente o Benfica ainda tem possibilidades. Mas é difícil acreditar em milagres, e por isso a derrota (0-1) desta terça-feira na Luz com a Real Sociedad, com uma exibição demasiado fraca, deixa as águias até em sérias dificuldades de conseguir o terceiro lugar do grupo D e passar para a Liga Europa.

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Está a ser de facto uma Champions para esquecer (zero pontos e sem golos marcados), cada vez mais com semelhanças à pior participação de sempre, em 2017-18, quando a equipa acabou a fase de grupos com seis derrotas em outros tantos jogos frente a Manchester United, Basileia e CSKA Moscovo.
Foi um Benfica sem imaginação no meio-campo, sem soluções ofensivas, perante uma Real Sociedad organizada que dominou praticamente o jogo todo, movida sobretudo pela irreverência do japonês Kubo.

Dos jogadores que estavam em dúvida, apenas Bah foi titular. Di María ficou de fora por lesão e Kökçü começou no banco. De resto, o onze benfiquista foi o esperado, com Jurásek como defesa esquerdo, Aursnes no meio-campo e Musa a referência no ataque.

A Real Sociedad, mesmo com uma posição confortável no Grupo D, não se encolheu na Luz (bem pelo contrário!), e deixou um primeiro aviso com um remate de Kubo às malhas laterais aos 7". O Benfica soltou-se um pouco da pressão inicial e após um remate de Neres desviado por um adversário, chegou ao golo aos 12". Mas o lance foi anulado por fora de jogo de Musa, num lance onde sobressaiu a jogada de Rafa.

Até ao intervalo, pouco mais se viu do clube da Luz, que mostrou sempre muitas dificuldades. E por isso as oportunidades de golo rondaram mais a baliza de Turbin. Aos 29", os bascos imitaram as águias e marcaram, mas Brais Méndez estava em fora de jogo. E logo a seguir, após uma perda de bola de Aursnes, Kubo (um diabo à solta no lado direito do ataque) voltou a rematar ao lado do poste da baliza, sendo imitado por Barrenetxea em cima do intervalo.

A primeira parte terminou com mais posse de bola para os espanhóis (60%/40%), que também tiveram mais tentativas de golo (7/5), diante de um Benfica demasiado macio que desceu ao balneários ao som de assobios.

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Roger Schmidt percebeu que tinha de mudar alguma coisa. E lançou logo para a segunda parte Kökçü e Arthur Cabral, abdicando de João Mário e Musa e passando a jogar em 4X3X3. Mas pouco ou nada mudou. A Real Sociedad continuou com mais posse de bola, e aos 52" esteve muito perto de abrir o marcador, valendo a boa defesa de Turbin a remate de Zubimendi.

A ineficácia e o mau jogo do Benfica deixavam adivinhar que a qualquer momento os bascos podiam marcar. E foi isso que aconteceu, por Brais Méndez, aos 63". E Kubo só não aumentou a vantagem, porque a bola bateu no poste.

De nada valeram as alterações feitas por Schmidt. O jogo terminou com mais uma derrota e com a equipa sem conseguir marcar golos, ainda no último lugar do Grupo D e com quase toda a certeza com os milhões da Champions hipotecados, pois seria histórico uma equipa com três derrotas nos três primeiro jogos salvar-se.

nuno.fernandes@dn.pt