"Estou pronto para seguir em frente". A confissão é de Odysseas Vlachodimos, que assim abriu publicamente a porta de saída do Benfica ao fim de três épocas.
Guarda-redes grego assumiu desejo de deixar a Luz no final da época. Tem contrato até 2024 e uma cláusula de rescisão no valor de 60 milhões de euros. Rui Silva (Granada) e Tomas Vaclik (Sevilha) na agenda encarnada.
"Estou pronto para seguir em frente". A confissão é de Odysseas Vlachodimos, que assim abriu publicamente a porta de saída do Benfica ao fim de três épocas.
O guarda-redes grego deixou de ser titular de um jogo para o outro e não escondeu o desconforto com isso. "Ganhei o meu espaço, conquistei títulos, tive grandes sucessos, joguei na Liga dos Campeões e na Liga Europa. O Benfica deu-me muito, ajudou-me muito a crescer, mas julgo que estão reunidas as condições para dar o próximo passo", disse o internacional grego, antes de descrever o "fantástico" ambiente da Luz, principalmente nos dérbis.
Vlachodimos recordou ainda o verão de 2017, quando esperou até às 2.00 da manhã do último dia do mercado por notícias do clube da Luz. A transferência não se fez em tempo útil e teve de ficar no Panathinaikos mais uma temporada: "Joguei mais uma época, ganhei mais experiência e fui muito mais bem preparado para o Benfica."
Segundo o guardião, "não se deixa uma equipa como o Benfica por menos". Por isso a solução será "um clube que lute sempre por títulos e tenha uma presença constante nas competições internacionais."
Segundo o guardião, o clube encarnado "está pronto a discutir qualquer proposta que seja feita". Já se falou do interesse do B. Dortmund, da Bundesliga, mas o Benfica terá pedido 20 milhões de euros. Vlachodimos tem contrato com as águias até 2024 e uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros ,e se sair já há dois potenciais candidatos a ocupar o seu lugar no plantel: Rui Silva (Granada) e Tomas Vaclik (Sevilha).
O grego chegou à Luz no verão de 2018. Logo no primeiro ano foi campeão e esteve 15 jogos sem sofrer golos. Depois de ter feito 50 e 45 encontros, respetivamente, nas duas primeiras temporadas, este ano contabiliza só 24 jogos. No total tem 119, um campeonato e uma Supertaça conquistado ao serviço dos lisboetas.
Questionado sobre a mudança de guarda-redes ao 12.º jogo desta temporada, e em plena crise de resultados, as explicações de Jorge Jesus nunca convenceram por completo quem via no até então titular da baliza um sinal de segurança defensiva. O técnico admitiu que foi sua a "opção" de trocar de guarda-redes e colocar Helton Leite a titular.
Mais tarde revelou que depois de ambos os guarda-redes terem estado com covid-19, o brasileiro recuperou melhor e por isso foi para a baliza. E já depois de ser noticiado que a culpa do grego ter ido para o banco foi do erro cometido no jogo com o Sporting, que resultou em derrota para o Benfica - uma defesa para a frente colocou a bola à mercê de Matheus Nunes, que aos 90"+2 minutos sentenciou o jogo -, Jesus admitiu que a questão era "sensível".
"Se for um avançado podes mudar com mais facilidade. O guarda-redes é mais sensível quando se muda porque o treinador acha que é o momento de se mudar e eu mudei. E ele (Vlachodimos) tem continuado a trabalhar bem. Se me disser está na mesma feliz, isso não existe. Os jogadores estão mais felizes quando estão a jogar", defendeu o treinador, lembrando que só há titulares absolutos em equipas da meia tabela para baixo.
O caso do grego é apenas mais um entre muitos outros que aconteceram com Jesus e os seus guarda-redes, nomeadamente Quim, Eduardo e Artur Moraes. Durante a época de 2009-10, Quim foi substituído por Júlio César, jovem guarda-redes brasileiro com quem Jesus trabalhara no Belenenses, e acabou por deixar a Luz ao fim de seis temporadas."São opções do treinador, quem está de fora nem sempre percebe bem, mas a justificação que Jesus deu, a meu ver... Em termos de responsabilidades nos golos sofridos o Vlachodimos teve poucas. Não sei se o Helton é para continuar ou não, mas não havia justificação para trocar de guarda-redes neste momento", disse Quim há dias ao jornal A Bola.
Também Eduardo passou por algo idêntico. Era titular da seleção quando os encarnados o contrataram por empréstimo ao Génova a pedido de Jesus. Chegado à Luz, o guardião foi relegado para a condição de suplente de Artur Moraes, acabando por sair no final da época, apesar de as águias terem tentado contratá-lo em definitivo. Mais tarde apontou o dedo ao técnico: "A minha vinda para o Benfica dependeu unicamente de uma pessoa. Gostava que tivesse sido mais verdadeira porque me custou um bocado. Acho que toda a gente percebeu quem é, mas não quero alimentar mais polémicas. Fica com a consciência de cada um."
Se dessa vez Artur Moraes foi beneficiado, outras vezes houve em que passou pelo mesmo. "O Jesus tem esse hábito de mudar o guarda-redes, ele fez isso comigo também e sem nunca ter explicado a opção. Não é fácil lidar com isso, começas a questionar o que fizeste mal...", contou há dias o brasileiro.
Problemas que Rui Patrício (Sporting) e Diego Alves (Flamengo) não tiveram. Ambos foram aposta incondicionais de Jesus quando o técnico os orientou nas suas passagens por Alvalade e pelo Brasil.