Uma ida à Ópera de Astana numa das minhas visitas à capital cazaque chegou e sobrou para desfazer qualquer ideia de que a música no Cazaquistão ou é a de caráter tradicional, como a feita com a dombra, um instrumento de cordas em forma de pera, ou então assume a forma dos grandes sucessos pop de Dimash Kudaibergen, jovem cantor tão famoso fora de fronteiras que até tem clube de fãs em Portugal. A música clássica de matriz ocidental não só tem um público entusiasta no Cazaquistão, país entre a Europa e a Ásia tanto pela geografia, como pela cultura, como também tem executantes de grande qualidade. E o público português teve oportunidade há dias de assistir aos espetáculos do Forte Trio, um conjunto cazaque que deu concertos em Braga, Porto e Lisboa, apresentando um repertório musical que incluiu peças do alemão Johannes Brahms, do francês Claude Debussy, do espanhol Manuel de Falla e do argentino Astor Piazzolla, mas também a obra Kerogly, do compositor cazaque Adilzhan Zhaiyim, e Yapurai, música tradicional do país das estepes, com um arranjo de A. Tolykpayev.