O quadro tem mais de três metros de altura e quase 2,5 metros de largura. Dimensões tão generosas que obrigaram o Cavalo Branco, encontrado no atelier de Diego Velázquez após a sua morte, em 1660, a ficar guardado nos armazéns da Fundação Calouste Gulbenkian durante quase 15 dias até ser possível expô-lo no local certo - o foyer da sede, abrindo caminho à exposição A História Partilhada - Tesouros dos Palácios Reais de Espanha, que é inaugurada hoje.
A conservadora do património nacional de Espanha, e comissária da exposição, Pilar Benito García, conta ao DN que o quadro não cabia na sala de exposições: "Não havia espaço para se poder apreciar."
Pilar está em Portugal desde o dia 3. Chegou após 600 quilómetros de viagem no follow car, o carro que acompanhou os dois camiões repletos de peças de arte que saíram de Madrid nessa manhã. A coluna incluía uma escolta policial que planeou em detalhe a operação de transporte das obras. "O protocolo é estabelecido com a polícia, que prevê as paragens e o percurso com a maior segurança possível." Para esta exposição, foram preparadas mais duas colunas. A 7 de outubro chegaram outros dois camiões, um dia depois o último. "Fomos escolher peças que nunca tinham estado em Portugal ou que não estão representadas em Portugal", diz, com inegável orgulho, o diretor do museu da Gulbenkian, João Castel-Branco Pereira, ao DN, durante uma visita pela exposição, anteontem, ainda em montagem. Enterro de Cristo, de Domenico Tintoretto, é um desses casos. Como o Ecce Homo e São Jerónimo Penitente, de Ticiano. Ou Salomé com a Cabeça de São João Baptista, de Caravaggio.
Outro cabeça de cartaz da exposição (até 25 de janeiro) é A Adoração do Nome de Jesus, de El Greco. "Trouxemos para aqui no ano em que assinala os 500 anos da morte do pintor também aqui. Saiu do Prado diretamente para aqui, sem passar pelo Escorial", conta Pilar Benito.
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