Em ritmo de passeio, que o mais difícil está para vir

Triunfo sem contestação do tricampeão perante um adversário que nunca assustou. Foi quase um treino competitivo antes do jogo da Champions com o Dínamo e do Dragão
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Três golos sem resposta numa exibição competente, mesmo em ritmo de passeio. Assim se pode definir a atuação do Benfica na noite de ontem, perante um Paços de Ferreira que foi quase inexistente em termos ofensivos - uma espécie de tradição na Luz, onde o clube apenas venceu um dos 21 jogos que lá disputou. Para Rui Vitória foi uma noite descansada como pretendia, até porque se segue a receção ao Dínamo Kiev e uma viagem ao Dragão, onde a equipa entrará como líder. E com o incrível registo de 61 pontos conquistados nos últimos 63 que disputou...

A superioridade do Benfica ficou evidente praticamente desde o início do jogo. Pedrinho, o melhor dos pacenses, ainda tentou dois remates dentro dos primeiros três minutos, que Ederson resolveu sem problemas, mas a partir daí a equipa de Rui Vitória tomou as rédeas do jogo e, mesmo sem forçar muito, foi criando situações de perigo na área pacense. Os encarnados já encontraram o seu "ritmo de cruzeiro", pelo que dominam sem grandes problemas todos os momentos do jogo, independentemente de quem jogue a titular - o técnico da casa utilizou ontem o seu 13.º onze diferente em 14 jogos, com o campeão europeu Eliseu a estrear-se a titular devido aos problemas físicos de Grimaldo.

O golo esteve perto aos 6", quando Filipe Ferreira cortou um centro de Mitroglou e obrigou Rafael Defendi a um voo ao estilo da águia Vitória para evitar que a bola entrassse na sua baliza. O grego ameaçou aos 20", para mais uma boa intervenção do guardião pacense, e voltou a semear o pânico na área contrária no minuto seguinte, mas o lance acabaria por se perder no meio da atrapalhação geral.

O Paços sentia cada vez mais problemas para esticar o seu jogo e acabou por ficar em desvantagem aos 26 minutos. Mais uma vez, Mitroglou a estar na génese do lance, libertando-se da marcação e dando a Cervi, que sozinho desmarcou Gonçalo Guedes. O jovem entrou na área descaído pela direita, encheu o pé e bateu Defendi com uma bomba que passou entre o brasileiro e o poste - há um ano que Guedes não marcava na Liga, ele que se estreou a fazer o gosto ao pé exatamente frente aos pacenses, em setembro de 2015.

Salvio e Gonçalo Guedes voltaram a ameaçar antes do intervalo mas a última ocasião foi dos visitantes, na sequência de um canto em que Ederson não conseguiu segurar a bola, mas Ivo chutou sobre a trave quando o guarda-redes encarnado estava no chão.

Salvio "mata"

A segunda parte começou com o Paços mais atrevido mas aí foi a vez de Fejsa se evidenciar, sempre a "limpar" a zona frontal à sua grande área. A única exceção sucedeu em mais um remate de Pedrinho, de fora da área, que saiu bem perto do poste direito de Emerson (50").

Mesmo sem forçar, o Benfica continuou a procurar o golo da tranquilidade, que surgiu à passagem dos 64", na melhor jogada do desafio, apesar de iniciada em mais uma perda infantil dos nortenhos na saída para o ataque. A bola chegou a Eliseu na esquerda, que centrou para a entrada da área, onde Mitroglou a deixou passar por entre as pernas para a conclusão de Salvio. O argentino ainda podia ter bisado, mas Defendi voltou a brilhar, apenas para Carrillo desperdiçar a recarga contra um defesa contrário.

Para o terceiro golo aparecer foi preciso Pizzi surgir mais adiantado nos minutos finais: chegado à área, passou pelos defesas pacenses como faca quente em manteiga e finalizou com classe, colocando o último retoque no marcador. A Luz pôde assim celebrar tranquilamente o seu 13º aniversário, com o reeleito Luís Filipe Vieira visivelmente satisfeito na bancada. Afinal de contas, neste momento, o Benfica parece o candidato mais credível na luta pelo título. E pelo tetra.

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