Aos 21 minutos viveu-se no Estádio da Luz um daqueles momentos em que a emoção se sobrepôs ao significado prático de uma jogada: Rui Costa, o filho pródigo do Benfica, marcava o seu primeiro golo no regresso ao clube, na estreia oficial em casa.
Por instantes pareceu ficar esquecido que aquele tento assegurava, praticamente, o acesso à Liga dos Campeões. Por instantes, todos os olhos se centraram nos festejos do número dez, acompanhados por uma "explosão" de alegria que foi muito além da festa de um simples golo. Um toque de magia num encontro que marcou o apuramento dos encarnados para a fase de grupos da Champions. Vitória por 3-0 (depois do empate a um golo na primeira mão) ante um Áustria de Viena fraco de mais para estas lides.
O triunfo de ontem rendeu ao Benfica um encaixe de, no mínimo, cinco milhões de euros, permitindo também um feito inédito para o futebol português, que pela primeira vez no seu historial vai ter três equipas na fase de grupos da mais importante competição de clubes da UEFA. Mas se o dinheiro não é tudo, então Fernando Santos terá ficado satisfeito com o que viu, pois os encarnados realizaram uma exibição agradável. Num sistema que assenta nos extremos, estes só surgiram quando o Benfica já estava em vantagem e o adversário se desorganizou ainda mais do que já estava desde o início do encontro. Porém, tanto Manu como Paulo Jorge acabaram por estar em alguns dos momentos mais importantes do jogo. Rui Costa foi o motor atacante da equipa e o médio chegava para deixar a defensiva austríaca absolutamente desorientada.
Depois do primeiro golo a eliminatória estava garantida se o Benfica assim o quisesse. Restava aos encarnados controlar o jogo. O que aconteceu mas sempre com os olhos no ataque. Nuno Gomes e Petit assinaram mais dois golos que deram expressividade no marcador, que só não foi maior porque o guarda-redes Safar mostrou ser o melhor dos austríacos.