O referendo organizado na Irlanda para modernizar o conceito de família e as referências às mulheres na Constituição foi rejeitado, anunciou neste sábado o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, cujo governo sugeriu esta iniciativa.
"Acredito que neste momento está claro que as emendas (...) foram rejeitadas", declarou numa conferência de imprensa, acrescentando que seu governo "aceita o resultado e o respeitará plenamente".
Na prática, nada mudará na Constituição de 1937, que continuará a declarar que o casamento é um requisito para qualquer família e que o valor da mulher para a sociedade vem de cumprir os "deveres na casa". Isto numa altura em que dois quintos das crianças do país nascem fora do casamento e a maioria das mulheres trabalha fora de casa.
Os resultados finais do referendo, que decorreu na sexta-feira, Dia Internacional da Mulher, devem ser conhecidos na noite deste sábado. Mas Varadkar disse que as propostas do governo foram "derrotadas de forma abrangente com uma participação respeitável", admitindo que houve "dificuldade em convencer as pessoas da necessidade do referendo e muito menos do detalhe da linguagem".