O ano de 2025 deverá ver sair do sistema de ensino cerca de 4700 professores. Um número de uma grandeza significativa e, se as projeções se confirmarem, o mais alto de sempre. “As escolas ficarão muito desfalcadas. 4700 num universo de cerca de 800 escolas, são 5 professores por agrupamento. E isto não contabilizando as substituições por doença”, explica Arlindo Ferreira, diretor do agrupamento de escolas Cego do Maio, Póvoa de Varzim, que faz e analisa as estatísticas da educação, tendo em conta os números divulgados pela Caixa Geral de Aposentações e a idade dos professores ainda no ativo.
O também autor do blogue «ArLindo» (dedicado à Educação) alerta para o facto de estarmos “a chegar a uma fase crítica”, com milhares de professores a atingir a idade da reforma. Isto porque, explica, “houve um grande boom de diplomados nos anos 90 que estão agora a chegar ao fim da carreira”. “A partir de 1984, com a lei de bases do sistema educativo, surgiram várias escolas superiores de educação e houve uma grande aposta na formação inicial de professores. Esses diplomados estão quase todos na casa dos 60 anos nesta fase”, esclarece.