EUA/Eleições
16 janeiro 2024 às 07h26
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Donald Trump vence primárias republicanas do Iowa

"Acho que agora é hora de todos, do nosso país, se unirem", disse o ex-presidente norte-americano que agradeceu "ao grande povo de Iowa".

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump venceu, na segunda-feira, as primárias republicanas ('caucus') no Iowa, com uma vitória esmagadora anunciada apenas meia hora depois do início da votação.

O magnata, de 77 anos, que responde por quatro acusações criminais, deixou os principais rivais, o governador da Florida, Ron DeSantis, e a antiga governadora da Carolina do Sul e ex-embaixadora na ONU Nikki Haley, para trás, arrecadando 51,1% com quase 100% dos votos contados, de acordo com as agências de notícias AFP e EFE.

Uma diferença de quase 30% em relação ao segundo lugar, ocupado por DeSantis (21,2%) e bastante superior à terceira posição, ocupada por Haley (19,1%).

"Acho que agora é hora de todos, do nosso país, se unir", disse Trump aos apoiantes reunidos num ambiente festivo em Des Moines, capital deste estado do 'Midwest' norte-americano.

"Queremos unir-nos, seja republicano, democrata, liberal ou conservador", acrescentou Trump que agradeceu "ao grande povo de Iowa".

Trump garantiu que se sente "reforçado" e "enormemente honrado" e afirmou mais uma vez que o seu objetivo é "tornar a América grande novamente", tal como diz ter feito durante o seu mandato.

"Sinto-me ótimo. Sinto-me muito honrado (...). Temos de retomar o nosso país, (...) ele passou por muitas coisas ruins nos últimos três anos e continua a passar", declarou Trump, em entrevista exclusiva à Fox News.

O ex-presidente apresentou depois o programa eleitoral, prometendo "fechar a fronteira" com o México e perfurar mais poços de petróleo.

Dois temas principais estiveram na agenda deste 'caucus' Republicano: realizar uma votação vinculativa para o candidato presidencial do partido e eleger delegados para estarem nas convenções do condado, que é a próxima etapa no processo de vários níveis de eleição de delegados para participarem na Convenção Nacional Republicana, que decorre em Milwaukee no verão.

Com esta primeira eleição do calendário primário americano, os cidadãos estão a decidir a composição da delegação de cada Estado para as convenções nacionais, onde será proclamado quem representará os republicados nas eleições gerais, marcadas para novembro.

O Partido Republicano realizará a sua convenção entre 15 e 18 de julho, em Milwaukee (Wisconsin), enquanto os Democratas se reunirão de 19 a 22 de agosto, em Chicago (Illinois).

Ramaswamy suspende candidatura presidencial e apoia rival Trump

O empresário de biotecnologia Vivek Ramaswamy suspendeu na segunda-feira a candidatura à indicação republicana para as presidenciais de 2024 e anunciou o apoio ao ex-Presidente Donald Trump, após um resultado dececionante nos 'caucus' do Iowa. 

Ramaswamy, um novato político de 38 anos que procurou replicar a ascensão de Trump ao posicionar-se como um bombástico e rico 'outsider', anunciou: "A partir deste momento vamos suspender esta campanha presidencial. Não há caminho para eu ser o próximo Presidente (...). Liguei para Donald Trump para o felicitar pela vitória e para lhe dizer que a partir de agora ele terá o meu total apoio".

Durante a campanha, o empresário provocou os oponentes, mas elogiou Trump, dizendo que é "o melhor Presidente do século XXI". Argumentou, porém, que os republicanos deveriam optar por "pernas novas", numa referência à idade do magnata, que completa em junho 78 anos.

A abordagem, incluindo um apelo à "revolução", colocou Ramaswamy na lista de candidatos que se tentaram tornar numa alternativa viável a Trump.

A decisão de desistir, contudo, torna-se a mais recente confirmação de que o ex-presidente, mesmo com 77 anos e sob múltiplas acusações criminais, ainda domina a política republicana e continua a ser o grande favorito para ganhar a nomeação do Partido Republicano pela terceira vez consecutiva.

Filho de imigrantes indianos, Ramaswamy entrou na política ao mais alto nível depois de ganhar centenas de milhões de dólares na intersecção entre fundos de cobertura e investigação farmacêutica, uma carreira que traçou e construiu enquanto se formava na Universidade de Harvard e, mais tarde, em Yale.

O empresário levou para a campanha a mesma abordagem ousada que usou para obter dinheiro dos investidores, mesmo quando os medicamentos que promovia nunca chegaram ao mercado.

Biden admite que Trump é claro favorito

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apelou entretanto aos apoiantes para que façam doações à sua campanha, admitindo que a vitória de Donald Trump nas primárias do Iowa o torna no "claro favorito" do Partido Republicano nas presidenciais.

"Parece que Donald Trump acabou de vencer em Iowa. Ele é o claro favorito do outro lado agora. Mas o problema é o seguinte: esta eleição sempre foi sobre tu (eleitor) e eu contra os republicanos extremistas do MAGA. Foi verdade ontem e será verdade amanhã", disse Biden, referindo-se ao 'slogan' usado por Trump 'Make America Great Again' (MAGA).

Nesse sentido, pediu aos apoiantes para contribuírem para a sua página de angariação de fundos, adicionando um link no seu perfil pessoal na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.

Biden usou os seus primeiros discursos de campanha de 2024 para considerar que Trump representa uma séria ameaça à democracia americana, citando a sua recusa em aceitar os resultados das eleições de 2020 e em condenar a violência política.