Espanha, Noruega e Irlanda anunciaram esta quarta-feira a decisão de reconhecer o Estado da Palestina na próxima terça-feira, esperando que outros países se juntem à iniciativa - Malta e Eslovénia podem ser os próximos. Israel, criticou o que apelidou de “prémio ao terrorismo” e chamou os seus embaixadores nestes três países para consultas. Isto apesar de o gesto político ser principalmente simbólico.
“Só uma solução de dois Estados [Israel e Palestina] que convivam em garantias de segurança permite a paz. Para o conseguir, as duas partes devem sentar-se em igualdade de condições”, defendeu o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, no anúncio no Congresso, deixando claro que a sua decisão não é contra Israel ou o povo israelita nem a favor do terrorismo. “Lutar contra o Hamas é legítimo, mas com Netanyahu a solução dos dois Estados está em perigo. A solução que promoveu só leva ao ódio. Não o podemos permitir”, acrescentou, referindo-se ao primeiro-ministro israelita.
“No meio da guerra, com dezenas de milhares de mortos e feridos [em Gaza], temos que manter viva a única alternativa que oferece uma solução política para israelitas e palestinianos: dois Estados, a viver lado a lado, em paz e segurança”, indicou, por seu lado, o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store. “Reconhecer a Palestina é uma forma de apoiar as forças moderadas que têm vindo a perder terreno neste conflito prolongado e brutal”, acrescentou.
Face aos que criticam o momento do reconhecimento do Estado Palestiniano, o chefe do governo irlandês, Simon Harris, limitou-se a dizer: “Nunca é o momento errado para fazer a coisa correta.” E lembrou a própria história do seu país: “Tal como o reconhecimento da Irlanda como um Estado levou eventualmente ao estabelecimento da nossa agora república pacífica, acreditamos que o Estado Palestiniano vai contribuir para a paz e a reconciliação no Médio Oriente.”