Exatamente, sim. É isso que tem um grande impacto. E nada, absolutamente nada, a ver com questões, nem com questões do trabalho das operacionais, nem com questões dos operadores ferroviários. Isso tem a ver com infraestrutura e tem a ver com questões que também dizem respeito à tutela. O que o senhor ministro devia explicar é por que motivo há descarrilamentos na linha do Vouga, consecutivamente, ou por que há queda de pedras na linha do Douro. No inverno, quando os maquinistas circulam na linha do Douro, andam com o credo na boca porque nunca sabem quando é que uma barreira desmorona e pode haver um acidente grave. Com isso é que o senhor ministro se devia preocupar, ou com falhas nas comunicações, ou com limitações de velocidade não sinalizadas. Essas situações é que têm impacto. Ou então as colhidas, atropelamentos na via, ou ou suicídios. Neste último caso, são, obviamente, questões que dizem respeito à tutela porque é uma questão de saúde pública e não tem nada a ver propriamente com questões ferroviárias. Isso tem impacto nos rankings, bem como os acidentes nas passagens de nível. Tem também um grande impacto. Portanto, aquilo que o senhor ministro demonstrou foi uma perfeita ignorância daquilo que estava a dizer. Estamos à espera que, no mínimo, o ministro tenha a nobreza de caráter para vir clarificar aquilo que disse, porque causou uma mancha reputacional sobre uma classe profissional que não podemos admitir. Estamos à espera que ele tenha essa nobreza de caráter. Se não for ele que seja alguém de tutela que conheça o meio ferroviário, porque sabemos que na tutela há pessoas que conhecem o meio ferroviário. É isso que nós estamos à espera.