O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reiterou esta quinta-feira que “Israel está num alto nível de prontidão para qualquer cenário, tanto defensiva como ofensivamente”. Estas declarações surgiram depois de os israelitas confirmarem terem morto o líder militar do Hamas, Mohammed Deif, num ataque a 13 de julho na Faixa de Gaza (o grupo terrorista palestiniano não confirmou), e no dia dos funerais do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e do líder militar do Hezbollah, Fuad Shukr.
O secretário-geral do grupo xiita libanês, Hassan Nasrallah, disse no funeral de Shukr ser “inevitável” responder à sua morte, fruto de um ataque israelita em Beirute. Afirmou que Israel “cruzou uma linha vermelha” e agora deve esperar “raiva e vingança em todas as frentes que apoiam Gaza”, numa referência ao “eixo de resistência” liderado pelo Irão, que inclui também o Hezbollah, o Hamas, os Houthis no Iémen e grupos armados xiitas iraquianos. “Entrámos numa nova fase”, avisou, dizendo que a resposta “virá inevitavelmente”.
Segundo indicaram fontes iranianas à Reuters, representantes de todo o “eixo de resistência” já estiveram reunidos a pensar numa retaliação à morte de Shukr e Haniyeh. “Dois cenários foram mencionados: uma resposta simultânea do Irão e dos aliados ou uma resposta escalonada de cada uma das partes”, indicou uma fonte à AFP. Na quarta-feira, o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, ameaçou com uma “punição severa” a morte de Haniyeh num ataque em Teerão.
De acordo com o The New York Times, o líder político do Hamas foi morto com uma bomba que tinha sido contrabandeada secretamente há já dois meses para a casa de hóspedes onde costumava ficar quando ia à capital iraniana. Os explosivos foram detonados à distância quando se teve a confirmação de que ele estava no local, tendo o seu guarda-costas também morrido. Israel não admitiu a responsabilidade por este assassinato, ao contrário do que aconteceu com o de Shukr.
Na sua intervenção, Nasrallah alegou que a morte do líder militar do Hezbollah foi uma “agressão” e “parte da guerra” e não uma resposta ao bombardeamento que matou 12 crianças em Majdal Shams - cuja responsabilidade o grupo rejeita. “Temos a coragem de assumir a responsabilidade pelo local onde atacamos, mesmo que seja um erro. Se cometêssemos um erro, admitiríamos e pediríamos desculpa”, disse, alegando que “o inimigo fez-se juiz, júri e carrasco sem qualquer prova”.
O líder do grupo xiita libanês alega que Netanyahu quis usar a morte de Shukr como “uma conquista para aqueles que o acusam de fracasso”. E que o Hezbollah está a “pagar o preço pelo apoio a Gaza e ao povo palestiniano”, deixando claro que já está para lá da fase de apoio, declarando “a batalha aberta em todas as frentes”.