O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) confirmou hoje que Patrícia Mamona, medalha de prata no triplo salto em Tóquio2020, vai falhar os Jogos Olímpicos Paris2024, tal como o DN avançou na terça-feira. "Não teve nenhuma competição até agora nos últimos tempos. Obviamente, não tem treinado ao melhor nível e, infelizmente, confirma-se aquilo que já íamos prevendo", lamentou Jorge Vieira à agência Lusa.
Patrícia Mamona, de 35 anos, tinha de conseguir marca de qualificação até ao final de junho, com os Nacionais do fim de semana a serem a derradeira possibilidade, mas a atleta do Sporting não foi sequer inscrita: "Era, infelizmente, o que esperávamos. Mas não há nada a fazer, é assim, o desporto também é isto. A vida dos atletas nunca é 100% facilitada. Têm sempre de ultrapassar alguns obstáculos e alguns não se conseguem ultrapassar e este é um deles."
O presidente da FPA diz que a ausência de Patrícia Mamona, que não compete desde março de 2023, será uma baixa de peso na comitiva portuguesa aos Jogos Olímpicos Paris2024, que se disputam de 26 de julho a 11 de agosto. "É uma medalhada olímpica, é uma atleta que atingiu um nível elevadíssimo. Para nós, sempre foi uma atleta vital na nossa representação internacional. Portanto, é uma confirmação, mas afeta-nos sempre. É triste, em primeiro lugar para a atleta, para o seu treinador, para o seu clube, mas para o atletismo é uma falta importante", referiu.
Sobre Auriol Dongmo, quarta no lançamento do peso em Tóquio2020, Jorge Vieira também não acredita muito na possibilidade de estar em Paris, depois de ter sofrido uma fratura numa perna no final de 2023. Mas no caso da lançadora, o apuramento foi garantido antes da lesão. "Teve uma lesão gravíssima, muito mais grave ainda do que a da Patrícia. Portanto, não é uma recuperação que se faça rapidamente. Naturalmente esperamos que, na próxima época, esteja ao seu melhor, a lutar pelas melhores classificações ao nível internacional. Não teve atividade competitiva, no treino certamente não está nos seus melhores valores. É óbvio que também não há aqui grande otimismo", assumiu.
Sobre o número de representantes do atletismo em Paris2024, o líder federativo diz que espera "à volta dos 20 atletas", esperando ver os rankings após o fim de semana, para saber quantos serão apurados por essa via. Neste momento, Portugal tem 12 atletas com mínimos para os Jogos Olímpicos, entre os quais Auriol Dongmo.
O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) ainda não recebeu qualquer informação oficial da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) sobre a situação das duas atletas, mas, a confirmarem-se, "são duas baixas muito significativas", que "enfraquecem e fragilizam" a Missão portuguesa a Paris2024. "Trata-se de atletas de elite, com resultados muito positivos em participações olímpicas, uma das quais, o caso da Patrícia, com uma medalha em Tóquio", recordou o líder do COP.
Com 35 anos, Patrícia Mamona poderia ter em Paris a sua última oportunidade para participar nuns Jogos Olímpicos, naquela que podia ser a sua quarta participação em Jogos, depois de ter conquistado a medalha de prata em Tóquio2020. "Gostaria que não fosse [a despedida aos Jogos]. Gostaria que apesar deste sobressalto houvesse condições de superação, mas reconheço que a natureza da modalidade que pratica, as lesões a que tem sido sujeita e naturalmente a própria idade não são elementos muito facilitadores", referiu José Manuel Constantino.
Os Jogos Olímpicos Paris2024 disputam-se de 26 de julho a 11 de agosto.