O presidente do Chega, André Ventura, considerou esta segunda-feira que o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse aos dirigentes do PSD para porem "os olhos no Chega" e disse acreditar que ainda vai militar no seu partido.
"Basicamente o que Pedro Passos Coelho disse esta segunda-feira foi 'ponham os olhos no Chega'", afirmou.
Depois de já ter comentado, em declarações aos jornalistas à chegada, a presença do antigo líder do PSD na campanha da Aliança Democrática (coligação PSD/CDS-PP/PPM), André Ventura voltou ao tema no seu discurso no jantar/comício desta noite num restaurante em Sever do Vouga (distrito de Aveiro), com mais de 300 pessoas.
O presidente do Chega considerou que Passos "fez um bom serviço à democracia" porque "saiu do conforto da sua casa para dizer aos laranjinhas que ser cópias do PS não dá, que querer ser o PS dois não funciona, e que o país precisa mesmo de uma rutura".
"Desconfio cá para mim que até ao fim desta campanha ou até ao fim deste ano, ou na pior das hipóteses até ao fim da legislatura, eu acho que Pedro Passos Coelho ainda se muda para o Chega", afirmou.
"Queria agradecer ao meu amigo Pedro Passos Coelho por ter conseguido em poucos minutos de discurso ter explicado a Luís Montenegro tudo o que eu ainda não consegui explicar em dois anos de liderança de Luís Montenegro", disse, questionando: "terá ido apoiar Luís Montenegro ou dar-lhe um estalo na cara e uma lição? Só pode ter sido isso".
O presidente do Chega defendeu ainda que o PSD "habituou-se a ser muleta do PS".
Pedro Passos Coelho discursou esta segunda-feira num comício da AD em Faro e acusou o PS de ter aumentado a insegurança no país, que associou à imigração, e considerou que nas escolas ninguém deve "meter pela goela abaixo" dos alunos "aquilo que há de ser a sua vontade e a sua maneira de pensar".