XXIV Congresso PS
06 janeiro 2024 às 13h44
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Pedro Nuno Santos aponta "falta de confiança" à direita

Secretário-geral do PS descreve a AD como um "projeto amarelecido pela antiguidade". E diz que "vazio" do PSD fez com o seu espaço fosse ocupado pelo Chega e pela Iniciativa Liberal, "filhos da austeridade de Passos Coelho".

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu que a direita portuguesa tem uma "falta de confiança" patente no "vazio" da liderança de Luís Montenegro no PSD. E na tentativa de "fazer esquecer" o seu último período de governação, entre 2011 e 2015, "quando cortaram salários e pensões, fizeram explodir o desemprego e a dívida pública, aumentaram os impostos e privatizarm sem acautela o interesse público".

Retomando o tom do discurso de António Costa na véspera, o seu sucessor à frente do partido, e que pretende ser primeiro-ministro após as legislativas de 10 de março, disse que "o verdadeiro diabo que visitou os portugueses durante aqueles terríveis quatro anos" foi o legado do governo de Passos Coelho.

Sobre a liderança social-democrata de Luís Montenegro, o ex-ministro das Infraestruturas apontou-lhe "vazio de projeto, vazio de liderança, vazio de visão, vazio de credibilidade, vazio de experiência e, como já percebemos, vazio de decisão". Algo que disse estar patente no que disse serem faltas de decisão quanto à solução para os problemas da TAP em 2020, quanto à localização do novo aeroporto de Lisboa - para a qual o presidente do TAP criou um grupo de trabalho para estudar o relatório da comissão independente que apontou Alcochete como a melhor solução - e quanto à linha ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Porto.

Quanto à constituição da Aliança Democrática, que será apresentada oficialmente neste domingo, juntando PSD, CDS, PPM e independentes, Pedro Nuno Santos disse que "a direita mostra-se tão envergonhada da sua história recente que, numa tentativa de se unir, teve de ir ao baú recuperar um projeto amarelecido pela antiguidade de mais de 40 anos".

Também houve ataques à Iniciativa Liberal e ao Chega, que descreveu como "filhos da austeridade de Passos Coelho" que nasceram "para ocupar o vazio que é hoje o PSD". Para Pedro Nuno Santos, embora "pareça uma agência de marketing e publicidade, entretida a criar cartazes alegóricos", a Iniciativa Liberal esconde "um projeto de transformação radical" que vê no choque fiscal "a solução simplista e falasa para todo e qualquer problema". Quanto ao Chega, disse que "não tem qualquer projeto sério para o país nem solução para os problemas do povo", limitando-se a "alimentar-se dos seus medos, inquietações e descontentamentos", transformando-os "num discurso de ódio e repulsa contra bodes expiatórios, sejam estes os políticos, os imigrantes ou as minorias".