O líder supremo do Irão acusou este domingo os Estados Unidos e Israel de semearem "o caos e a agitação" na Síria, confiando que os jovens sírios resistam ao governo que derrubou o anterior regime.
"Os EUA, o regime sionista [Israel] e os seus acompanhantes, com uma sensação de vitória, fazem agora comentários absurdos e dizem parvoíces", apontou Ali Khamenei, citado pela agência oficial iraniana IRNA.
Para o líder religioso, Washington pretende dominar os países da região instalando "um governo individual autoritário complacente com a arrogância".
Porém, confia, "a valente juventude síria vai expulsá-los".
Ahmad al-Chareh assumiu o poder na Síria há duas semanas, após a queda do Presidente Bashar al-Assad, um aliado do regime teocrático de Teerão.
O novo líder garantiu este domingo que o seu país deixará de exercer uma influência negativa no Líbano e respeitará a soberania do país vizinho.
A Síria deixará de "interferir negativamente no Líbano e respeitará a soberania, a integridade territorial, a independência de decisão e a estabilidade do Líbano", garantiu Charaa ao receber uma delegação chefiada pelo líder druso libanês Walid Joumblatt.
"Ela manterá uma posição neutra" no Líbano, acrescentou, dizendo que a Síria era uma "fonte de medo e ansiedade" naquele país.
Ahmad al-Chareh assumiu o poder na Síria há duas semanas, após a queda do Presidente Bashar al-Assad.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, sublinhou que o povo da Síria está "num momento decisivo de esperança e de história", embora também de "grande incerteza".
"Este é um momento decisivo, um momento de esperança e de história, mas também de grande incerteza. Alguns vão tentar explorar a situação para fins próprios, mas é dever da comunidade internacional estar ao lado do povo da Síria, que tanto sofreu", escreveu Guterres, na conta da rede social X.
O futuro da Síria "deve ser decidido pelo povo" com o apoio da comunidade internacional, acrescentou.
O movimento islamita sírio Hayat Tahrir al Sham (HTS) liderou a rebelião na Síria no final de novembro e, em apenas dez dias, derrubou o regime do Presidente Bashar al-Assad, há mais de duas décadas no poder.
O líder druso libanês Walid Joumblatt, que chegou este domingo a Damasco à frente de uma grande delegação de deputados do seu bloco parlamentar e de dignitários religiosos drusos, é o primeiro líder libanês a encontrar-se com o novo homem forte da Síria.
Joumblatt manteve conversações no palácio presidencial com Ahmad al-Charaa, que hoje surgiu pela primeira vez de fato e gravata e que, até agora, era conhecido pelo seu nome de guerra Abu Mohammad al-Jolani.
Joumblatt acusa as autoridades sírias de terem assassinado o seu pai, Kamal Joumblatt, em 1977, durante a guerra civil libanesa. Os assassinatos de muitos outros líderes libaneses anti-sírios são atribuídos ao anterior governo sírio.
Ahmad al-Charaa apelou ainda aos libaneses para que "apaguem da sua memória a lembrança da antiga Síria no Líbano".