Sondagem DN, JN e TSF
03 junho 2024 às 08h02
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Europeias. PS é favorito, mas vantagem sobre a AD é cada vez mais curta

Chega, Iniciativa Liberal e Livre devem estrear-se no Parlamento Europeu. BE perde um dos seus deputados. CDU em risco de passar de dois para zero eleitos.

O PS de Marta Temido leva vantagem na corrida ao Parlamento Europeu, mas está em perda (30,6%), enquanto a AD de Sebastião Bugalho está a crescer (26,6%), de acordo com uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF. O Chega mantém o terceiro lugar, mas também perde gás (15,5%). Seguem-se IL (7,5%), BE (6,3%), Livre (5,2%), CDU (3,5%) e PAN (1,6%).

À entrada para a última semana de campanha das europeias, e ainda que os socialistas continuem a ser os favoritos, nada está decidido. Há vários indicadores que apontam para a incerteza do resultado. Desde logo, a margem de erro, que é de mais ou menos 3,5%. Significa isto que o pior resultado possível do PS (27,1%) fica abaixo do melhor que se projeta para a AD (30,1%). Mas há outros dados a ter em conta: uma sondagem é sempre uma fotografia do passado e, neste caso, o trabalho de campo já decorreu entre 17 e 22 de maio. Acresce que havia 8% de indecisos.

No entanto, e se os resultados que a sondagem da Aximage projeta se confirmarem nas urnas, teremos três partidos em estreia no próximo Parlamento Europeu: o Chega, que poderá eleger até quatro deputados, a Iniciativa Liberal e o Livre, ambos com um deputado. Ao contrário, a CDU ficaria de fora (em 2019 elegeu dois). O PS teria oito (agora são nove), a AD somaria seis (o PSD elegeu seis e o CDS um em 2019) e o BE um (atualmente são dois).

Tendências diferentes

Quando se compara a estimativa de resultado do PS (30,6%) com o que conseguiu nas legislativas (28%), o crescimento é de quase três pontos. Mas, se tivermos em conta a sondagem de abril, perde quase um ponto. Ao contrário, a AD tem nesta sondagem (26,6%) menos dois pontos do que nas eleições de março passado (28,8%), mas ganhou quase dois relativamente ao inquérito de opinião de abril.

Para o Chega, cuja lista é encabeçada por Tânger Correia, as notícias são duplamente negativas. Os 15,5% que agora lhe são atribuídos representam menos três pontos do que aquilo que obteve nas legislativas (18,1%) e na última sondagem sobre europeias. No entanto, quando se compara a projeção atual com o resultado de 2019 (André Ventura foi o cabeça de lista da coligação Basta), será o partido com maior crescimento: 14 pontos.

Estreias e desilusões

Há três partidos mais pequenos a ganhar terreno, seja na comparação com as legislativas, seja com a sondagem de abril: os liberais (7,5%), os bloquistas (6,3%) e o Livre (5,2%). E todos conseguiriam garantir a eleição dos seus cabeças de lista, respetivamente Cotrim Figueiredo, Catarina Martins e Francisco Paupério.

A CDU (3,5%) está ligeiramente acima do que conseguiu nas últimas legislativas (3,2%), mas ou acrescenta mais umas décimas ao resultado ou João Oliveira ficará de fora do Parlamento Europeu. A projeção de resultado para o PAN (1,6%), a confirmar-se, deixa Pedro Fidalgo Marques muito distante de um lugar em Estrasburgo.

Mais dados

Força liberal a Norte: O Chega estava em terceiro lugar em quatro das cinco regiões em que se divide a amostra. A exceção era o Norte, em que o último lugar do pódio pertencia à Iniciativa Liberal.

Socialistas envelhecidos: Os socialistas voltam a estar ancorados nos eleitores de 65 ou mais anos. Era nessa faixa etária que tinham maior vantagem sobre a AD. A coligação era mais forte nos 50/64 anos.

Jovens mais radicais: O Chega estava muito próximo do segundo lugar nas duas faixas etárias mais jovens: apenas dois pontos abaixo do PS nos 18/34 anos; e um ponto a menos do que a AD nos 35/49 anos.

Diferenças no género: O partido com maior pendor masculino voltou a ser o Chega: eles valiam mais sete pontos do que elas. O PS era o partido com maior pendor feminino: elas valiam mais oito pontos do que eles.

Esquerda segura eleitores: CDU e BE são os partidos que mais bem seguram o eleitorado das legislativas. Seguem-se, ainda acima dos 80 pontos percentuais, PS e Chega. A AD só consegue manter três quartos dos eleitores.

PS sempre na frente: Os socialistas estão em vantagem em todas as regiões. A Área Metropolitana do Porto e o Sul eram as duas em que a vantagem do PS sobre a AD era maior (cinco pontos).

rafael@jn.pt

FICHA TÉCNICA

 
Sondagem de opinião realizada pela Aximage para DN/JN/TSF sobre temas da atualidade nacional política. Universo: indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região. A amostra teve 801 entrevistas efetivas: 697 entrevistas online e 104 entrevistas telefónicas; 376 homens e 425 mulheres; 175 entre os 18 e os 34 anos, 212 entre os 35 e os 49 anos, 208 entre os 50 e os 64 anos e 206 para os 65 e mais anos; Norte 271, Centro 167, Sul e Ilhas 123, A. M. Lisboa 240. Técnica: aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para pessoas com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao subuniverso utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 17 e 22 de maio de 2024. Taxa de resposta: 74,82%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.