Miguel Oliveira regressa à competição no Grande Prémio de Barcelona de MotoGP, no domingo, última prova do Mundial de motociclismo de velocidade, que atribuirá o título de campeão a Pecco Bagnaia ou Jorge Martín.
A Trackhouse anunciou oficialmente o regresso da “estrela portuguesa”, depois do piloto de Almada ter dado uma entrevista ao DN onde anunciava estar a recuperar bem e pronto para a última corrida da época, que será também a última com as com a Aprilia. Em 2025 mudará para a Pramac Yamaha.
Afastado da competição desde 29 de setembro, dia em que sofreu diversas fraturas no pulso direito que o obrigaram a uma intervenção cirúrgica, o português mostrou-se “entusiasmado” por regressar às pistas, apesar de não saber como o pulso irá reagir, uma vez que se tem limitado a treinar no simulador e só hoje, quando começarem os treinos livres, irá sentar-se “em cima da mota”.
A última prova do Mundial deste ano vai decorrer em Barcelona, depois de Valência ter saído do calendário devido à tragédia que assolou a região com as chuvas fortes e grandes inundações a causarem mais de 200 mortos. E sob o mote da solidariedade também com um leilão cujas receitas vão reverter para ajudar a Comunidade de Valência, uma forma de “trazer alguma esperança aos mais afetados”, como sublinha Miguel Oliveira, que vai doar “um capacete, um fato e botas”.
O Falcão ocupa o 15.º lugar no campeonato, com 71 pontos, apesar de já ter falhado cinco das 19 corridas disputadas (Indonésia, Japão, Austrália, Tailândia e Malásia) devido a lesão. O espanhol Jorge Martín (Ducati) chega à derradeira prova na liderança, com 24 pontos de vantagem sobre o italiano e bicampeão Francesco Bagnaia (Ducati), que é segundo, quando ainda estão 37 pontos por atribuir.
O GP Barcelona substitui a prova de Valência (cuja pista ficou alagada, na sequência da tempestade DANA) e será uma (quase) repetição do final do mundial 2023, quando o italiano e o espanhol entraram na pista de Valência à procura do título que sorriu ao pupilo de Rossi, depois de uma queda do espanhol logo no início da corrida que se tornou um passeio para o italiano.
Desta vez Martín tem tudo a seu favor. O piloto da equipa Pramac/Ducati pode mesmo ser o primeiro campeão com uma equipa independente, depois de Valentino Rossi, em 2001, com a Honda Nastro Azurro, então na categoria de 500cc, que antecedeu ao MotoGP.
O título pode até ser entregue antes da corrida começar. Como Martín tem 24 pontos de vantagem e a corrida sprint atribui 12 pontos ao vencedor, o espanhol será campeão na sprint se terminar em primeiro ou sem segundo (e Bagnaia em terceiro ou pior) e assim sucessivamente até ao nono lugar.
Caso o título não se decida amanhã, as contas para domingo também vão depender do resultado da corrida sprint. Em caso de empate, o título será atribuído a Bagnaia, que conta com 10 vitórias contra as três do espanhol, que espera fazer melhor do que na última volta da última corrida do ano passado - caiu e disse adeus à possibilidade de ser campeão .
Seja quem for o campeão, na opinião de Miguel Oliveira, será um justo vencedor: “O ‘Pecco’ Bagnaia e o Jorge Martín estão a fazer as suas melhores épocas. Quem ficar em segundo não será por não melhorar os números do ano anterior, por isso acho que vai mesmo ganhar o melhor. São pilotos muito diferentes e acho que o psicológico poderá ditar o melhor. Qualquer que seja o desfecho, ambos são merecedores do título.”
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