MÉDIO ORIENTE
13 outubro 2024 às 11h07
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Pelo menos 15 mortos em 200 ataques de Israel ao Hezbollah no Líbano

Ataques foram realizados nesta madrugada e atingiram especialmente as aldeias de Maaysrah e Barja. No sul do país, uma casa da Cruz Vermelha foi atingida. Israel diz ter capturado combatente do Hezbollah no sul do Líbano.

O Ministério da Saúde libanês afirmou que pelo menos 15 pessoas morreram na madrugada deste domingo (13), 11 destas em dois ataques no norte de Beirute, durante os 200 ataques realizados pelas forças de Israel direcionados a alvos do Hezbollah.

Entre os alvos atacados, estão "células terroristas (milícias), lançadores, postos de mísseis antitanque e locais de infraestruturas", como armazéns de armas, segundo o comunicado militar israelita, que descreveu a ofensiva de guerra no país vizinho como "limitada, localizada e específica".

Pelo menos 15 pessoas morreram na madrugada de hoje nos bombardeamentos israelitas, nove destas, segundo o Ministério da Saúde libanês, num ataque contra a aldeia de Maaysrah, situada a norte de Beirute, e mais duas - juntamente com quatro feridos - em Deir Billa.

No sul, mais quatro pessoas morreram e 18 ficaram feridas num ataque a Barja, no distrito de Shouf, 34 quilómetros a sul de Beirute. No sábado, Israel ordenou a retirada de outras 22 cidades no sul do Líbano e voltou a pedir à população civil que se deslocasse para norte do rio Awali.

A Cruz Vermelha informou que vários dos seus socorristas ficaram feridos hoje num ataque a uma casa no sul do Líbano, para onde foram enviados "em coordenação" com a missão da ONU, que atua como tampão entre Israel e o Líbano.

"Enquanto a equipa procurava vítimas para resgatar, a casa foi atingida pela segunda vez, causando ferimentos aos socorristas e danos em duas ambulâncias", disse a Cruz Vermelha Libanesa.

Esta equipa, acrescentou a Cruz Vermelha, "foi enviada (...) em coordenação com a força de manutenção da paz da ONU (FINUL) destacada no sul do Líbano, bombardeada diariamente por aviões israelitas". 

O exército de Israel declarou que as suas tropas capturaram um combatente do grupo xiita libanês Hezbollah num túnel no sul do Líbano.

"Os soldados descobriram a abertura de um túnel subterrâneo num edifício" que conduzia a uma área onde um combatente do Hezbollah "estava instalado com armas e equipamento", afirmou o exército israelita num comunicado, especificando que o combatente se rendeu aos soldados.

Já o Hezbollah disse que disparou hoje "foguetes" contra soldados israelitas na aldeia de Maroun al-Ras, perto da fronteira entre o Líbano e Israel.

Anteriormente, o movimento libanês pró-iraniano disse que os seus homens estavam a confrontar tropas israelitas que tentavam infiltrar-se perto de outra aldeia fronteiriça, a poucos quilómetros a oeste de Maroun al-Ras.

Há mais de duas semanas, o exército israelita lançou uma ofensiva com uma campanha de bombardeamentos sem tréguas contra o sul do Líbano e os subúrbios a sul de Beirute, conhecidos por Dahye.

O conflito agravou-se em 01 de outubro com a invasão terrestre do exército israelita no sul do Líbano - onde mantém atualmente quatro divisões -, acompanhada por uma intensificação dos bombardeamentos israelitas, que já provocaram mais de 2.200 mortos e 10.000 feridos, a maioria no mês de outubro.

Israel diz a Washington que vai tentar evitar danos às forças da ONU

O ministro da Defesa israelita garantiu ao seu homólogo norte-americano, Lloyd Austin, que Israel continuaria a tomar medidas para proteger as forças das Nações Unidas destacadas no sul do Líbano, segundo um comunicado divulgado pelo seu ministério.

Durante a conversa, Yoav Gallant declarou a Austin que, apesar do "desafio operacional" constituído pela presença do grupo xiita libanês Hezbollah nas proximidades das posições da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), o exército israelita continuaria "a tomar medidas para evitar prejudicar as tropas" da Organização das Nações Unidas (ONU).

Gallant acusou o Hezbollah de "operar e disparar" perto de posições da FINUL, "usando a missão de manutenção da paz como cobertura para as suas atividades terroristas", segundo o comunicado.

A FINUL acusou, esta semana, o exército israelita de disparar "deliberadamente" contra as suas posições.

"Estas ações devem parar imediatamente e serem devidamente investigadas", declararam 40 países que contribuem para a força, num comunicado conjunto publicado no sábado.

A FINUL, que tem cerca de 9.500 militares, está destacada no sul do Líbano para funcionar como proteção contra Israel.

Os seus maiores contingentes provêm da Indonésia, Índia, Gana, Itália e Nepal. A Malásia, a Espanha, a Irlanda e a França também contribuem com homens.