A Direção Clínica do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) enviou na segunda-feira aos médicos da unidade o Plano de Contingência para a Equipa de Urgência e Cirurgia Geral. O objetivo é manter a “atividade da equipa de urgência de Cirurgia Geral, em função do número e diferenciação da sua composição”, mas procurando manter “o nível assistencial de acordo com a legis artis proporcional aos recursos humanos em escala protegendo, desta forma, utentes e profissionais”, pode ler-se no documento a que o DN teve acesso.
A questão é que, segundo médicos da unidade, o que está estabelecido “já viola as normas definidas pela Ordem dos Médicos”, afirmaram ao DN. No plano de contingência a direção clínica define três níveis de funcionamento, sendo que só contempla a possibilidade de encerramento de portas do serviço no nível 3, quando existirem apenas na escala um especialista, um interno da especialidade do 4.º ao 6.º anos e outro médico que não seja da área.
Mesmo assim, e para conseguir assegurar a escala nos níveis anteriores a este, a administração do Amadora-Sintra tem de conseguir contratar mais médicos, o que, segundo soube o DN, está a tentar fazer, perguntando mesmo a médicos de família e a médicos sem especialidade, habituados a trabalhar à tarefa, se têm disponibilidade e se estão interessados a integrar estas equipas.
O bastonário dos médicos confirmou ao DN que já pediu esclarecimentos à administração do hospital porque quer saber “as funções que outros especialistas vão desempenhar num serviço de cirurgia geral”, considerando mesmo que “a situação é de enorme gravidade e que a própria administração não parece ter vontade de a resolver”.