A administração Nacional Oceânica e Atmosférica estimou que as ejeções de massa coronal solar (CMEs, na sigla em inglês), grandes emissões de plasma e campos magnéticos do Sol, sejam registadas entre esta sexta-feira e sábado.
Uma tempestade que ocorre numa altura em que o Sol está a aproximar-se do pico de um ciclo de 11 anos de atividade intensificada, explica a AFP. "Alertamos todos os nossos operadores de infraestruturas com os quais trabalhamos, como operadores de satélites, de comunicação... e claro, a rede de energia na América do Norte", disse o especialista em meteorologia espacial Shawn Dahl.
A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos, no entanto, afirmou que "não antecipa nenhum impacto significativo no sistema de espaço aéreo do país".
Ao contrário das erupções solares, que viajam à velocidade da luz e são capazes de alcançar a Terra em oito minutos, as ejeções de massa coronal solar viajam a um ritmo mais lento, de 800 km por segundo, ainda segundo a AFP.
Em outubro de 2003, tempestades geomagnéticas "extremas" causaram apagões na Suécia e danificaram transformadores de energia na África do Sul. Também podem ocorrer impactos na comunicação por rádio de alta frequência, GPS e satélites.
Mas também podem trazer outros efeitos, como a aparição de auroras boreais em lugares onde normalmente não são visíveis.
Mathew Owens, professor de física espacial na Universidade de Reading, disse à AFP que os efeitos serão sentidos principalmente nas latitudes norte e sul do planeta. O alcance exato dependerá da força final da tempestade.
"O norte do Canadá, a Escócia terão boas auroras; acredito que podemos afirmar isso com segurança", afirmou, acrescentando que a situação pode repetir-se no hemisfério sul. E é o que parece que se está a verificar, tendo em conta os registos de imagens deste fenómeno raro que enche de cor os céus nesta noite de sexta-feira.
"O meu conselho é que saiam esta noite e olhem, porque se virem a aurora é algo espetacular", sugere o professor. Muitos estão a seguir o conselho do especialista, já que muitas imagens de auroras boreais estão a ser publicadas nas redes sociais.