A deputada Carla Castro, que há menos de um ano obteve 44% dos votos quando se candidatou à liderança da Iniciativa Liberal (IL), revelou que irá desfiliar-se do partido logo que termine o seu mandato parlamentar.
Ex-candidata à liderança do partido assumiu que chegou a altura certa para comunicar decisão, antes do início da campanha eleitoral.
A deputada Carla Castro, que há menos de um ano obteve 44% dos votos quando se candidatou à liderança da Iniciativa Liberal (IL), revelou que irá desfiliar-se do partido logo que termine o seu mandato parlamentar.
Em declarações ao Público, Carla Castro disse que se trata de “uma decisão refletida e ponderada”, que se deve “exclusivamente” à sua visão “do que é um partido liberal”, considerando que é altura certa para anunciar a sua decisão, “antes do início da campanha eleitoral e com as listas fechadas, evitando distorções ou distrações mediáticas”.
Cada vez mais afastada da liderança do partido e do resto do grupo parlamentar desde que foi derrotada por Rui Rocha na convenção em que os liberais escolheram o sucessor de João Cotrim Figueiredo, Carla Castro recusou um convite para ser a sétima da lista da IL por Lisboa nas legislativas de 10 de março. Em 2022 fora a segunda da lista, apenas atrás do então líder do partido, e não aceitou a “despromoção” para um lugar que não era elegível - apesar de lhe ter sido dito que poderia eventualmente ser a quinta ou a sexta candidata do principal círculo eleitoral, onde há dois anos a IL elegeu quatro deputados.
Carla Castro é o mais recente e o mais emblemático caso de saídas de ex-dirigentes da IL. Muitos dos apoiantes da sua candidatura à liderança do partido já se tinham afastado do partido, como Paulo Carmona, Vicente Ferreira da Silva e Catarina Maia, sucedendo mais recentemente o mesmo com José Cardoso, o terceiro candidato à sucessão de Cotrim Figueiredo. Também saíram ex-conselheiros nacionais como Nuno Simões de Melo (que entretanto se juntou ao Chega, tal como o ex-cabeça de lista por Setúbal Diogo Prates), Nuno Carrasqueira e Diogo Saramago Ferreira.
Entre os críticos da liderança de Rui Rocha convergem críticas à falta de democracia interna, patente em questões como a manutenção das inerências da Comissão Executiva no Conselho Nacional que tem a missão de fiscalizar a sua atuação.