Alemão venceu o espanhol n.º 2 do mundo por 3-1 e vai medir forças com o russo Daniil Medvedev nas meias-finais.
Surpresa, ou talvez não, Carlos Alcaraz está fora do Open da Austrália, ao ser derrotado esta quarta-feira pelo alemão Alexander Zverev no jogo que valia a passagem às meias-finais do torneio - o espanhol perdeu por 3-1, com os parciais de 6-1, 6-3, 6-7 e 6-4 e que durou três horas e cinco minutos.
Apontado por muitos, a par de Novak Djokovic (que aconteça o que acontecer na Austrália vai manter a liderança do ranking), com um dos favoritos a vencer o primeiro Grand Slam do ano, Carlitos, número 2 da hierarquia mundial, falhou frente ao número seis do mundo, e continua assim sem conseguir brilhar no torneio australiano - em 2022 caiu na terceira ronda e no ano passado foi forçado a desistir devido a uma lesão.
Antes deste jogo, Zverev e Alcaraz já se tinham defrontado sete vezes, com o alemão a vencer quatro, a último, em dezembro no ATP Finals (6-7, 6-3 e 6-4).
O germânico, que já tinha chegado às meias-finais do Open da Austrália em 2020 (foi derrotado por Dominic Thiem), vai agora medir forças na próxima ronda com o russo Daniil Medvedev, terceiro jogador mundial, que afastou nos quartos de final o polaco Hubert Hurkacz, nono do ranking ATP. A outra meia-final é entre Novak Djokovic e Jannik Sinner.
Zverev tinha avisado que ia chegar cansado a este jogo, com mais horas em court do que o adversário por ter disputado dois jogos com cinco sets. Mas deixou bem vincado, em jeito de recado ao espanhol, que tinha “gasolina suficiente no tanque para competir ao máximo nível” e que, além disso, defrontar Alcaraz numa sessão noturna da Rod Laver Arena dava-lhe uma energia extra.
Dito e feito. Após um início demolidor, Zverev permitiu que o espanhol ganhasse o terceiro set graças a um break, numa altura em que estava em vantagem (2-0) e a vencer o set por 5-2. Mas não se foi abaixo e com uma exibição a roçar a perfeição venceu o último jogo por 6-4, carimbando desta forma o passaporte para a meia-final, mesmo tendo pedido assistência médica para tratar de um pé - “prefiro ter dores nas meias-finais do que estar em casa a ver o torneio”.
“Estou muito feliz porque ganhei a um dos melhores do mundo. Quando estás 6-1, 6-3 e 5-2, começas a pensar. Somos todos humanos. Quando estamos tão perto de ganhar o cérebro começa a funcionar e nem sempre ajuda”, disse, referindo-se ao facto de ter tido o jogo quase sentenciado e depois permitido a reação de Alcaraz.
Já o espanhol não escondeu a sua desilusão, ele que agora tem o segundo lugar do ranking em risco: “Não sei o que se passou, mas não encontrei soluções desde o início. Cometi muito erros. Estou triste pelo nível do meu ténis... mas chegar aos quartos de final de um Grand Slam não é mau. Ainda melhorei no terceiro set, mas virar o resultado contra um grande jogador como Zverev é difícil."
O alemão, refira-se, está a disputar o Open da Austrália ensombrado por uma acusação de violência doméstica movida por uma ex-namorada, caso que vai ser julgado em maio, em Berlim. Brenda Patea acusa o tenista de tentar sufocá-la durante uma discussão em maio de 2020, mas Zverev nega as acusações. A justiça alemã condenou o tenista a pagar uma indemnização de 450 mil euros à ex-namorada, mas após recurso, o caso vai agora a julgamento.
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