Avançado revela ameaças
30 julho 2024 às 19h28
Leitura: 3 min

Di María: “Mandaram uma caixa com uma cabeça de porco com uma bala na testa"

O avançado do Benfica revelou o teor das ameaças que o impediram de acabar a carreira no Rosário Central, o clube onde nasceu para o futebol.

Ángel Di María admitiu esta terça-feira em entrevista ao jornal online Rosario3 que tinha tudo preparado para regressar ao Rosário Central, clube onde foi formado, mas as graves ameaças de que foi alvo mudaram os seus planos. “Sinto-me muito mal por não cumprir este sonho de regressar, mas as ameaças foram mais fortes. As minhas decisões são sempre baseadas pela tranquilidade e felicidade da minha família”, assumiu o avançado argentino, que cumpre os últimos dias de férias após a conquista da Copa América, antes de regressar ao Benfica.

O jogador revelou que a sua mulher passou o último ano a preparar o regresso à cidade de Rosário e até já tinha inscrito as filhas numa escola. A decisão de voltar atrás foi tomada “logo após a primeira ameaça” de que foi alvo, a 25 de março. “Estava nos EUA com a seleção e disse logo que era impossível voltar”, revelou, garantindo que manteve a decisão apesar da insistência do presidente Gonzalo Belloso.

Di María detalhou depois o teor de algumas ameaças. “Houve uma ameaça no bairro dos meus pais que foi conhecida e houve outra na imobiliária da minha irmã, que não foi conhecida porque ela se assustou e não denunciou”, começou por dizer, revelando de imediato a descoberta macabra: “Mandaram uma caixa com uma cabeça de porco, que tinha uma bala na testa, e um bilhete que dizia que se eu voltasse para o Central a cabeça seguinte seria a da minha filha Pia.” A essa ameaça seguiu-se outra de “um tiroteio numa estação de serviço, que não foi há muito tempo”, num episódio que “poderia ter morto alguém”. 

“Não foram uns papelinhos apenas, houve tiros e coisas muito graves”, sublinhou Di María, negando alguma vez ter colocado a hipótese de jogar os próximos seis meses no Rosário Central: “É tudo mentira. É incrível a forma como inventam coisas.” 

“Ver o nome da minha filha numa caixa enviada por um cartel, ultrapassa tudo. Foram meses horríveis”, finalizou, admitindo que pagou do seu bolso a segurança dos seus pais e das suas irmãs.

carlos.nogueira@dn.pt