O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira que deixou as taxas de juro inalteradas, o que acontece pela quarta vez consecutiva desde outubro de 2023.
"O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta quinta-feira manter as três taxas de juro diretoras do BCE inalteradas", informou a instituição em comunicado divulgado após a reunião.
A taxa de depósitos permanece em 4%, o nível mais alto registado desde o lançamento da moeda única em 1999, enquanto a principal taxa de juro de refinanciamento fica em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez permanece em 4,75%.
O BCE destaca que desde a última reunião em janeiro, a inflação registou nova descida e que a inflação foi revista em baixa, em particular para 2024, nas projeções divulgadas esta quinta-feira, o que reflete sobretudo um contributo menor dos preços dos produtos energéticos.
No entanto, indica que embora a maioria das medidas da inflação subjacente tenham registado novo abrandamento, "as pressões internas sobre os preços permanecem elevadas, devido, em parte, ao forte crescimento dos salários". "As condições de financiamento são restritivas e os anteriores aumentos das taxas de juro continuam a pesar sobre a procura, o que está a ajudar a reduzir a inflação", refere.
O Conselho do BCE volta a assegurar estar "determinado a assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2%".
"Com base na sua atual avaliação, o Conselho do BCE considera que as taxas de juro diretoras do BCE estão em níveis que, se forem mantidos por um período suficientemente longo, darão um contributo substancial para esse fim", refere.
A instituição reafirma que irá continuar a seguir uma abordagem dependente dos dados para as futuras decisões.
Relativamente ao programa de compra de ativos (asset purchase programme - APP) recorda que durante o primeiro semestre tenciona continuar a reinvestir, na totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos ao abrigo do PEPP (programa de compra de ativos devido a emergência pandémica), enquanto no segundo semestre do ano, pretende reduzir a carteira do PEPP, em média, em 7,5 mil milhões de euros por mês.
Depois de subir as taxas dez vezes desde meados de 2022, colocando-as no nível mais elevado de sempre, o BCE tem optado, assim, por uma 'pausa' nas últimas reuniões, antes de vir a relaxar a política monetária.
Quando o BCE altera as taxas de juro diretoras, tal reflete-se no conjunto da economia, tendo impacto por exemplo nos empréstimos bancários, nos empréstimos a nível do mercado, no crédito à habitação, nas taxas de juro dos depósitos bancários ou em outros instrumentos de investimento.