O maestro António Victorino D'Almeida foi distinguido com o prémio Carreira pelos prémios Play, "pelos mais de 70 anos dedicados à composição e à divulgação da música clássica". O maestro e compositor, a dias de fazer 84 anos, presenteou a plateia com uma improvisação ao piano do tema As Brumas do Futuro, da banda sonora do filme Capitães de Abril, de sua autoria.
António Victorino D'Almeida mostrou-se honrado em especial por este lhe ser entregue na "grande casa" de Cultura que é o Coliseu dos Recreios.
Por sua vez, o músico Slow J foi o mais premiado na 6.ª edição dos Play -- Prémios da Música Portuguesa, arrecadando o galardão de Melhor Artista Masculino e o Prémio da Crítica, com o álbum Afro Fado.
Os vencedores dos Play foram anunciados na noite de quinta-feira, numa cerimónia no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e que teve transmissão em direto na RTP.
Slow J, que já tinha vencido o Prémio de Melhor Artista Masculino na 2.ª edição dos Play em 2020, estava ainda nomeado na categoria de Canção do Ano - a única cujo vencedor é escolhido pelo público - que foi Maria Joana, tema que junta Nuno Ribeiro, Mariza e os Calema.
De acordo com a organização dos prémios, nesta edição a participação do público - que votou através das redes sociais e da app My Vodafone - bateu recordes, com 39 709 votos, um aumento de quase 50% em relação ao ano passado.
Os Calema, que estão a fazer uma digressão internacional, foram ainda distinguidos, pelo segundo ano consecutivo, com o Play de Melhor Grupo.
Nesta edição, o Play de Melhor Artista Feminina foi para Bárbara Bandeira. A cantora não esteve presente na cerimónia, porque está a preparar um novo trabalho, e enviou o pai, o cantor Rui Bandeira, em sua representação.
Além de Slow J, que não esteve presente na cerimónia e não teve ninguém a representá-lo, outros artistas de 'hip-hop' foram distinguidos nesta edição. T-Rex venceu na categoria de Melhor Álbum, com Cor d'água, e LEO2745 na de Artista Revelação.
O prémio Play de Melhor Álbum de Fado foi para Terra que vale o céu, de Ricardo Ribeiro, o de Melhor Álbum de Jazz para Chromosome, de Mário Costa, e o de Melhor Álbum de Música Clássica/Erudita para Lamentos, de António Pinho Vargas, que referiu que "esta música é minoritária mas existe".
Este ano foi atribuído pela primeira vez o Prémio Música Ligeira e Popular, que foi para os Sons do Minho, com Recomeçar.
Dois dos oito músicos do grupo subiram a palco para receber o prémio e lembraram que a música ligeira e popular é um dos géneros musicais "que mais pontua os eventos de Norte a Sul do país, na diáspora e nos quatro cantos do mundo".
"A música popular e ligeira tem lugar em todo o lado. Chega de preconceito e viva a música portuguesa", disseram.
O Prémio de Melhor Videoclipe foi para Estrada, de Pedro Mafama, realizado por André Caniços, que em 2022 tinha visto o seu trabalho distinguido na mesma categoria com Andorinhas, de Ana Moura.
Já o Prémio Lusofonia foi atribuído ao brasileiro Dennis, com Tá OK, tema em que participa MC Kevin O Chris.
O Prémio da Crítica, cujo vencedor é escolhido por um painel de jornalistas da área da cultura- e do qual o DN fez parte - foi para Slow J, pelo álbum Afro Fado.