I Liga
13 abril 2024 às 20h23
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FC Porto desnorteado perde mais dois pontos no Dragão

Equipa portista esteve sempre em desvantagem no marcado até conseguir a igualdade, mas acabou o jogo da 29.ª jornada com dez jogadores depois da expulsão de Evanilson.

E a crise continua no Dragão. Pelo terceiro jogo seguido, o FC Porto não conseguiu vencer, cedendo um empate caseiro a duas bolas frente ao Famalicão, que esteve sempre na frente do marcador, e tem o terceiro lugar em risco, para desagrado dos seus adeptos. O desnorte da equipa de Sérgio Conceição ficou bem evidente já na compensação, quando Evanilson foi expulso por agressão, falhando assim a segunda mão das meias da Taça, único título ainda ao alcance da equipa. “Temos de melhorar a nossa cabeça”, confessou no final o guarda-redes Diego Costa: há oito anos que o clube não estava três partidas seguidas sem vencer na Liga.

Em tempos já agitados no reino do dragão, com as eleições à porta (estão agendadas para daqui a duas semanas e o tom tem subido entre os candidatos à presidência) e uma série de maus resultados (duas derrotas seguidas), a partida até começou com uma boa notícia para os homens de Sérgio Conceição, graças ao empate do Vitória SC, um dos dois adversários minhotos que estão a morder os calcanhares ao FC Porto.

Numa tarde quente, o técnico azul e branco fez várias alterações em relação à equipa que perdeu frente aos vimaranenses na ronda anterior. Sem Pepe (castigado) e Fábio Cardoso (lesionado), Conceição optou por deixar Galeno, Alan Varela e Namaso no banco, fazendo alinhar Otávio e Zé Pedro no centro da defesa, Grujic e Iván Jaime no meio-campo e Evanilson após um descanso forçado. Do outro lado, Armando Evangelista, embalado por duas vitórias seguidas, não pôde contar com os castigados Riccieli e Chiquinho, pelo que De Haas e Sorriso arrancaram no onze inicial.

Mas quem arrancou um sorriso ao novo técnico famalicense foi Jhonder Cádiz, logo aos nove minutos. Depois de um início animado, na primeira vez que o minhotos se acercaram da baliza de Diogo Costa, o dianteiro venezuelano arrancou um magnífico cabeceamento entre os centrais da casa após um cruzamento perfeito de Puma Rodríguez da direita. E seria também desse flanco, mas do outro lado do campo, que o FC Porto construiu a rápida resposta ao tento inicial dos visitantes: mérito para Evanilson a ganhar a bola em carrinho na linha de fundo, e para Francisco Conceição, que tentou colocar a bola no centro da área depois de se livrar da marcação. Uma tabela em Zaydou foi o suficiente para trair Luiz Júnior e o empate estava restabelecido quando o cronómetro assinalava 17 minutos de jogo.

Com uma dupla inédita no centro da defesa, o FC Porto apanhou novo susto aos 26’. Mais um centro da direita e Sorriso, sem marcação, surgiu a cabecear. Desta vez, porém, o sorriso acabou por ser da cor da camisola dos forasteiros, dado que o remate saiu longe do alvo apesar das circunstâncias favoráveis.

Nem empate trava assobios

Tendo Pepê nas costas de Evanilson sem espaço para fazer a diferença, cabia a Francisco Conceição desequilibrar no flanco. Como sucedeu aos 34’ num lance em que conseguiu puxar para dentro e rematar uma bola que saiu à figura do guardião visitante. Também de longe foi a resposta famalicense, num tiro de Gustavo Sá que saiu rente ao poste esquerdo de Diogo Costa (40’). Não foi aí mas os visitantes ainda foram para o intervalo em vantagem, com o mesmo jogador a construir o lance, novamente da direita tal como no tento inaugural, em que Cádiz só teve de desviar para a baliza o cruzamento rasteiro depois de escapar à marcação desleixada de Jorge Sánchez (45’+1), assinando o sétimo bis da carreira. E quando o apito para o intervalo surgiu, logo a seguir, foi bem audível o descontentamento das bancadas...

No balneário, Conceição também não devia estar satisfeito e arriscou logo três substituições, lançando Alan Varela (por Grujic), Galeno (Iván Jaime) e Taremi (Jorge Sánchez, recuando Pepê para a posição do mexicano), que se juntou a Evanilson na frente. Equipa mudada, sistema idem, e um lance de perigo logo a abrir, que a defesa visitante cortou para canto.

O FC Porto surgiu melhor e com o Famalicão a defender num bloco mais baixo, a bola andou mais vezes junto da baliza visitante. Até chegou a haver golo, prontamente anulado por falta clara de Conceição sobre Luiz Júnior. Mesmo assim, seria Cádiz a pregar novo susto, com Otávio a evitar o pior, compensado um erro do seu parceiro de defesa, mas após a saída de Gustavo Sá, o FC Porto criou duas belas situações para igualar. Todavia, Evanilson primeiro e Nico González depois, permitiram a defesa ao guarda-redes adversário.

Com o Famalicão cada vez mais desgastado e a juntar um quinto (e depois um sexto) elemento à linha defensiva, o empate parecia inevitável: Evanilson e Taremi (72’) colocaram de novo Luiz Júnior à prova, com o iraniano a falhar isolado (74’). Pelo meio. Puma Rodríguez também teve boa hipótese mas o 2-2 surgiria mesmo, num lance de Galeno que cruzou para Taremi finalizar no coração da área (82’), naquele que foi o seu primeiro golo como dragão desde... dezembro. Para compensar da pior forma, o jogo ainda teria a expulsão de Evanilson (a nona na Liga), desfalcando a equipa para quarta-feira, e no final nova assobiadela mostrou o desagrado das bancadas.

dnot@dn.pt.