Volodymyr Zelensky revelou esta quarta-feira que as tropas ucranianas estão a “avançar mais” em território russo, numa altura em que o maior ataque transfronteiriço de Kiev já entrou na sua segunda semana. O exército ucraniano entrou na região russa de Kursk a 6 de agosto, tendo conseguido já capturar dezenas de localidades - Moscovo fala em 28 e Kiev em 74 - naquela que é maior ofensiva de um exército estrangeiro em solo russo desde a Segunda Guerra Mundial.
“Na região de Kursk, estamos a avançar mais. De um a dois quilómetros em diferentes áreas desde o início do dia”, referiu esta quarta-feira o presidente da Ucrânia nas redes sociais, acrescentando que o exército já capturou mais de 100 soldados russos. Dados fornecidos pelo Instituto para o Estudo da Guerra indicam que as tropas ucranianas, até segunda-feira, tinham avançado sobre uma área de pelo menos 800 quilómetros quadrados na Rússia.
Já o ministro do Interior, Igor Klymenko, avançou que a Ucrânia vai criar uma “zona tampão” na região para evitar ataques russos transfronteiriços. “A criação de uma zona tampão na região de Kursk é um passo para proteger as nossas comunidades fronteiriças dos bombardeamentos hostis diários”, explicou Klymenko.
Paralelamente, Kiev referiu ainda esta quarta-feira que o seu exército vai permitir a retirada de civis da região de Kursk para a Rússia e a Ucrânia e permitirá a presença de organizações humanitárias internacionais na área onde as suas tropas lançaram esta grande ofensiva. “As nossas forças militares planeiam abrir corredores humanitários para a retirada de civis: tanto na direção da Rússia quanto da Ucrânia”, garantiu a vice-primeira-ministra Iryna Vereshchuk.
O Ministério para as Situações de Emergência russo afirmou esta quarta-feira que a maioria dos habitantes das zonas fronteiriças da província de Kursk já foi retirada da região. “A maioria dos residentes das zonas fronteiriças da região de Kursk foram temporariamente deslocados e encontram-se em locais seguros”, avançou este organismo no Telegram, sem fornecer o número total de civis abrangidos. No entanto, precisou que oito mil dos deslocados se encontram em abrigos situados em 11 regiões russas.
Na segunda-feira, o governador em funções de Kursk, Alexei Smirnov, tinha assegurado numa reunião com Vladimir Putin que cerca de 121 mil pessoas já tinham sido retiradas das zonas fronteiriças com a Ucrânia e outras 60 mil transferidas para locais mais seguros.