Convenção Por Portugal
21 janeiro 2024 às 12h30
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Melo responde a Ventura: "Governo da AD é o único que vamos viabilizar"

O líder do CDS, no arranque da Convenção Por Portugal, comparou o voto no PS com um "bilhete para o Titanic", mas sabendo que vai afundar.

No arranque da Convenção Por Portugal, da coligação entre CDS, PSD e PPM, este domingo, o líder centrista, Nuno Melo começou por responder à acusação do dia anterior proferida pelo presidente do Chega, André Ventura, que garantiu que a Aliança Democrática (AD) iria viabilizar um Governo minoritário do PS. "Um Governo da AD é o único que vamos viabilizar", começou por dizer Nuno Melo, estendendo, pouco depois, as suas críticas às medidas propostas pelo Bloco de Esquerda.

Nuno Melo afirmou que, com a coligação entre centristas, sociais-democratas e monárquicos, o interesse de Portugal supera o de cada um dos partidos que compõem a AD, enquanto apontava as baterias para o Bloco de Esquerda (BE) e para o Chega. "O BE de esquerda propôs impostos sobre banca e lucro das gasolineiras e o Chega copiou as medidas", criticou, acrescentando que "os lucros não vão ser pagos pelas gasolineiras, vão ser pagos pelos contribuintes , por todos nós".

Apontando o dedo às medidas fiscais propostas pelo BE, que acusou de terem sido copiadas pelo Chega, Nuno Melo considerou que a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, com  André Ventura, "têm capacidade para levar Portugal à bancarrota, tal como José Sócrates, só que mais rápido".

Com o discurso dirigido para aquele que classificou como o "adversário principal", o Partido Socialista, Nuno Melo não poupou nas acusações. "Quando a inflação disparou, [o PS] não atualizou os escalões do IRS", na mesma medida em que, "quando a taxa de juros dos créditos à habitação disparou não aceitou deduzir o pagamento desses encargos em sede de IRS", vincou.

O PS "desbobra-se em promessas em épocas de eleições", por isso "o PS merece perder as eleições por princípio e por razão de decência", defendeu. "É pelos oito anos que este Partido Socialista não merece vencer as eleições", rematou.

"Em oito anos em Portugal, com o PS batemos todos os recordes de impostos sobre o trabalho, sobre as empresas e sobre o consumo", acusou, afirmando que a "classe média foi vergastada, reduzida nos seus rendimentos". Por tudo isto, o líder centrista disse que aquilo que o PS considerada ser "justiça fiscal" é "extorsão tributária".

"O socialismo é inimigo do mérito e do esforço", continuou, sustentando que "só é bom a cobrar e a proibir". Numa referência à censura durante o Estado Novo, Nuno Melo acusou o PS de passar um "lápis azul" com o objetivo de "dizerem às pessoas o que podem fazer e não podem fazer".

"Se Pedro Nuno Nuno Santos [o secretário-geral do PS] vencesse as eleições, pagaríamos cada vez mais impostos", disse.

"Votar neste PS é mais ou menos como comprar um bilhete para viajar no Titanic, mas sabemos que vai afundar", concluiu.