O presidente francês, Emmanuel Macron, descartou um cenário de demissão, independentemente do resultado das eleições antecipadas que convocou para combater a ascensão do partido extrema-direita Reunião Nacional (RN).
“Não é o RN que escreve a constituição, nem o seu espírito”, afirmou ao Figaro quando questionado sobre o que faria se o RN ganhasse as eleições legislativas e pedisse a sua demissão. “As instituições são claras, o lugar do presidente é claro e também é claro seja qual for o resultado”, acrescentou.
O presidente francês adiou para esta quarta-feira a conferência de imprensa que estava marcada para esta terça-feira para explicar a sua visão para França, dois dias depois de convocar eleições legislativas antecipadas após a vitória da extrema-direita nas eleições europeias.
"O presidente dará uma conferência de imprensa amanhã, quarta-feira, por volta do meio-dia, na qual deverá expor o rumo que considera justo para a nação", disse uma fonte da equipa do chefe de Estado.
No domingo, a vitória do partido do RN em França, com 31,37% dos votos nas eleições europeias, muito à frente da aliança governista (14,60%), levou Macron a convocar eleições antecipadas de forma inesperada.
Com as eleições, marcadas para 30 de junho e 7 de julho, Macron, que não tinha maioria absoluta na Assembleia Nacional (Câmara Baixa) desde meados de 2022, procura posicionar-se como a opção moderada contra os "extremos".