Semana num minuto
07 setembro 2024 às 00h03
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Uma demissão mediática na Ucrânia e Ronaldo a somar recordes

O futebolista português mais comentado, analisado e criticado somou mais um recorde à sua carreira: Ronaldo marcou o golo 900. Internacionalmente a semana fica marcada pela remodelação no governo da Ucrânia que atingiu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba.

SÁBADO

Os funerais dos GNR que morreram na queda de um helicóptero no Rio Douro tiveram honras militares. (Miguel Pereira da Silva)

Um dia de luto nacional em memória de cinco GNR mortos no Rio Douro

As imagens da queda do helicóptero mostram a violência com que a aeronave do dispositivo de combate a incêndios embateu na água no Rio Douro, em Peso da Régua. Um acidente que provocou a morte a cinco elementos da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) e ferimentos graves ao piloto. Os guardas da GNR chamavam-se Pedro Santos, António Pinto, Fábio Pereira, Daniel Pereira e Tiago Pereira. Exceto este último todos eram casados e com filhos. A amaragem de urgência, que partiu em dois o helicóptero, aconteceu na sexta-feira quando a equipa regressava do combate a um fogo em Baião mas marcou todo o fim de semana com o Governo a decretar para este sábado um dia de luto nacional, enquanto o primeiro-ministro continuava a defender-se das críticas por ter ido para o local da queda e de ter andado junto das equipas de busca naquilo a que os partidos da oposição chamaram “aproveitamento” da situação. Na verdade pedia-se a todos algum respeito pela dor dos familiares dos mortos...

DOMINGO

Björn Höcke lidera a ala mais radical do Alternativa para a Alemanha. (John MacDougall / AFP)

Alemanha. Extrema-direita ganha eleições pela 1.ª vez

Pela primeira vez desde a II Guerra Mundial (1939/45) um partido de extrema-direita ganhou uma eleição na Alemanha. Liderado por Björn Höcke, o líder da ala mais radical do grupo que tem duas condenações por ter utilizado frases nazis, o Alternativa para a Alemanha (AfD) foi o partido mais votado nas eleições que ocorreram no Estado da Turíngia, conseguindo 32,8% dos votos, contra 23,4% nas eleições de 2019, e terá assim 32 lugares, mais dez em relação ao sufrágio passado. A demonstrar a aceitação que o partido de extrema-direita está a ter na sociedade germânica estão ainda os resultados na Saxónia onde a AfD ficou em segundo lugar com 30,6% dos votos, ligeiramente abaixo da União Democrata-Cristã (CDU), que alcançou 31,9%. Seguem-se agora as negociações para a constituição de Governo nos dois Estados Federais da Alemanha, uma tarefa que se avizinha difícil.

SEGUNDA-FEIRA

A descoberta dos corpos de seis reféns israelitas que estavam na posse do Hamas espoletou mais uma onda de contestação ao Governo. (Jack Guez / AFP)

Seis reféns mortos e os protestos em Israel reforçados nas ruas

Uma greve geral que acabou por ser proibida por um tribunal, milhares de pessoas nas ruas a protestar contra o Governo e um pedido de “perdão” do primeiro-ministro. Este foi o retrato, com algumas variantes, de um dia normal em Israel nos últimos meses. Desta vez a contestação ao Governo liderado por Benjamin Netanyahu foi potenciada pela descoberta de seis corpos de israelitas que tinham sido raptados por elementos do Hamas durante o ataque a Israel a 7 de outubro de 2023. De acordo com o Exército israelita os reféns foram baleados à queima-roupa. Já os porta-vozes do grupo terrorista garantem que morreram na sequência de ferimentos sofridos durante um dos ataques que as forças de Israel têm efetuado na Faixa de Gaza. Independentemente das versões, o certo é que ainda estão na posse do Hamas 97 pessoas. O que leva milhares de cidadãos às ruas a exigir um acordo entre Israel e o Hamas para a libertação desses reféns, compromisso esse que não parece ser do interesse de nenhuma das partes, tantas as vezes que já foi anunciado e depois não-rubricado.

TERÇA-FEIRA

O Papa Francisco está numa visita de 12 dias pela Oceânia e Sudeste Asiático. (Dita Alangkara / Pool / AFP)

Papa Francisco na Indonésia pelo "diálogo inter-religioso"

Promover o diálogo inter-religioso é o grande objetivo da 45.ª viagem apostólica do Papa Francisco que, durante 12 dias, estará na Oceânia e no Sudeste Asiático, e vai incluir uma visita a Timor-Leste no próximo dia 9. Francisco vai percorrer 32 814 quilómetros de avião para visitar os dois continentes, numa deslocação que começou na Indonésia, o país em que 85% dos 280 milhões de habitantes são muçulmanos. Marcada por muito simbolismo e desejos de diálogo entre religiões, esta deslocação do Papa é também um sinal do Vaticano para a necessidade do que Francisco (que completará 88 anos em 17 de dezembro) chamou o “reforço do diálogo inter-religioso” para “combater o extremismo e a intolerância”. Com esta presença na Indonésia, tornou-se o terceiro líder católico a visitar o país depois de Paulo VI, em 1970, e João Paulo II, em 1989.

QUARTA-FEIRA

Dmytro Kuleba (dir.) saiu do Governo ucraniano a elogiar a colaboração com o secretário de Estado dos EUA Antony Blinken. (Mandel NGAN / AFP)

Remodelação na Ucrânia “apanha” ministro mediático

Sem uma justificação oficial, a segunda figura mais mediática da Ucrânia foi incluída numa remodelação do Governo liderado por Volodymyr Zelensky que mudou dez ministros. Apesar da elevada mudança de nomes, foi a saída de Dmytro Kuleba, até agora o ministro dos Negócios Estrangeiros, a concentrar a maior parte das atenções. Responsável por várias negociações e pedidos de apoio à Ucrânia desde a invasão russa ao território do país (em 2022), Kuleba não justificou o pedido de saída do Executivo, tendo-se limitado a publicar na rede social X (antigo Twitter) uma mensagem de gratidão direcionada ao secretário de Estado norte-americano Anthony Blinken pelos “anos de colaboração, que levaram a uma amizade muito próxima”. O seu cargo será ocupado por Andrei Sibiga, que até agora era o segundo na hierarquia do Ministério dos Negócios Estrangeiros. O presidente da Ucrânia justificou a remodelação com a necessidade de dar de “uma nova energia” ao Governo.

QUINTA-FEIRA

Cristiano Ronaldo marcou o golo 900. Mais um marco para a carreira do avançado. (Gerardo Santos)

França: negociador do Brexit lidera Governo. E Ronaldo soma 900 golos

A França já tem um primeiro-ministro e também uma moção de censura a caminho. A pouco mais de um mês da demissão daquele que foi o primeiro-ministro mais jovem do país - Gabriel Attal -, a nova figura é... o mais velho chefe de Governo da V República: Michel Barnier, de 73 anos, que ficou conhecido por ter sido o negociador do Brexit [a saída do Reino Unido da União Europeia]. Barnier foi a escolha do presidente Emmanuel Macron para assumir as rédeas do Executivo gaulês e desbloquear a crise política que se arrastava desde a demissão de Attal. A verdade é que a escolha não reúne consenso nos blocos políticos o que pode levar a nova crise.

Num outro âmbito, e mais relacionado com os portugueses, o destaque do dia vai para Cristiano Ronaldo que marcou, frente à Croácia, o seu 900.º golo. Um feito conseguido na vitória por 2-1 a contar para a primeira jornada da Liga das Nações.

SEXTA-FEIRA

A seca que atinge a Grécia, um dos resultados das alterações climáticas, levou ao aparecimento da aldeia de Kallio, que estava submersa devido à construção de uma barragem. (Angelos Tzortzinis / AFP).

Recordes de temperatura: o alerta vermelho no clima

Um sobreaquecimento sem precedentes dos oceanos está a fazer com que 2024 possa terminar como o ano mais quente desde que há registos. Para já, segundo o observatório europeu Copernicus, junho, julho e agosto registaram uma temperatura 0,69 graus Celsius acima da média deste período entre os anos 1991 e 2020 e ultrapassando o recorde de 2023. Um outro dado transmitido por este serviço europeu foi o de que agosto vai igualar o recorde de temperatura do mesmo mês do ano passado ou seja 1,51 graus Celsius acima da média do clima pré-industrial (1850-1900), portanto acima do limiar de 1,5 graus, que era o objetivo estabelecido pelos países participantes na Cimeira do Clima de Paris 2015. Depois da análise dos dados, a diretora da Organização Meteorológica Mundial (das Nações Unidas), Celeste Saulo, frisou que estes recordes são “um alerta vermelho”. Talvez seja mesmo a altura de se começar a pensar ainda mais a sério nas consequências das alterações climáticas...