Consumo
12 setembro 2024 às 07h00
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Gastos no supermercado estão a crescer 4% este ano

Retalho alimentar com vendas de 8814 milhões até julho, quase 400 milhões de euros a mais do que no período homólogo.

As vendas do retalho alimentar estão a crescer, este ano e, até julho, aumentaram 4,4% face ao período homólogo, num total de 8814 milhões de euros, quase 400 milhões a mais. Um acréscimo moderado, que atesta o desacelerar da inflação, mas que acontece sobre um crescimento que, no ano passado, nos mesmos sete meses, foi de 14,1%.

Estes são dados dos Scantrands, da NielsenIQ, e referem-se ao acumulado das primeiras 32 semanas do ano, ou seja, vão até 11 de agosto. Neste período, os gastos em mercearia tiveram um reforço na fatura do supermercado, passando de um peso de 40,5% para 41,1% este ano. Significa isto que dos 8814 milhões de euros de vendas do retalho alimentar, 3622,5 milhões foram compras desta categoria. Se juntarmos laticínios e congelados, a fatia dos bens alimentares é de 66,7% da fatura total, correspondendo a 5879 milhões de euros.

A atestar os efeitos do abrandamento da inflação, mostram os dados da Nielsen que, no acumulado do ano, as vendas de produtos de mercearia estão a crescer 6%, contra os 15% do período homólogo, os laticínios sobem 3%, bem abaixo dos 21% de há um ano, e os congelados reforçam vendas em 8%, metade dos 16% do período homólogo.

Nas bebidas alcoólicas, as vendas estão em linha com o ano passado e valem 793,2 milhões de euros, enquanto as não-alcoólicas têm um acréscimo de 5%, num total de 634,6 milhões de euros. Ambas as categorias cresciam a dois dígitos no ano passado. Por fim, os gastos em higiene do lar aumentam 2% e a higiene pessoal 4%, com as famílias a deixarem quase 1500 milhões de euros nos súper e hipermercados em artigos de higiene.

A quota, em valor, dos produtos de marca própria, as chamadas marcas brancas, está nos 46%, ligeiramente acima do ano passado. No entanto, desde o início do ano que se assiste a um aproximar entre as taxas de crescimento das chamadas marcas brancas comparativamente às marcas de fabricante. Há um ano, com as vendas totais de bens de grande consumo a crescerem 14,1%, os produtos das marcas da distribuição estavam a crescer 26,4%, o que comparava com o aumento de 5,6% das marcas de fabricante.
Este ano, estas variações estão mais aproximadas. Com o mercado a crescer 4,4%, os produtos de marca registam um acréscimo de vendas de 3,1% e as marcas brancas de 6,1%.

Em termos de canais de vendas, os grandes supermercados são os que mais estão a crescer, com vendas 8,6% acima do ano passado, reforçando a sua quota de mercado em mais de dois pontos percentuais para 53,5%. Os “livre serviços” - o comércio mais tradicional, que inclui as mercearias, frutarias e drogarias, mas também as novas cadeias de lojas de artigos de higiene - são as que mais perdem, com as vendas a cair 2,7% face ao período homólogo.

ilidia.pinto@dinherovivo.pt