Óbito (1946-2024)
22 fevereiro 2024 às 11h04
Atualizado em 22 fevereiro 2024 às 14h03
Leitura: 28 min

"Tão inesquecível como aquela noite de Viena". Do FC Porto ao Benfica, todas as reações à morte de Artur Jorge

Ao leme do FC Porto, na época 1986-87, Artur Jorge, que morreu esta quinta-feira, foi campeão europeu em Viena.

O FC Porto recordou esta quinta-feira Artur Jorge, que morreu aos 78 anos, como um treinador "tão inesquecível" como a noite de Viena de 27 de maio de 1987, quando os 'dragões' venceram a Taça dos Campeões Europeus de futebol.

"Tão inesquecível como aquela noite de Viena. Artur Jorge será sempre um de nós. Até sempre, Mister", lê-se numa mensagem dos 'dragões' na rede social X.

O FC Porto, no qual Artur Jorge começou a carreira de jogador e teve os seus momentos mais importantes como treinador, enviou "sentidas condolências à família e amigos".

Benfica expressa sentidos pêsames pelo goleador e treinador

O presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica, Fernando Seara, expressou esta quinta-feira os sentidos pêsames à família de Artur Jorge, antigo futebolista e treinador que morreu, aos 78 anos.

"Em nome do Benfica, os sentidos pêsames a toda a família. Eu recordo o senhor Artur Jorge, porque já tenho idade e lembro-me do senhor Artur Jorge vir de Coimbra para o Benfica", começou por dizer o dirigente 'encarnado', em declarações à BTV, em Toulouse, onde o Benfica defronta hoje a formação francesa, para a Liga Europa.

"Para mim, são três marcas, primeiro como jogador, e goleador, depois o treinador, com conquistas, e ainda um elemento importante neste tempo, porque foi um dos jogadores que deu sentido ao sindicalismo no futebol português. A dignidade do futebolista também teve nele uma marca e uma referência. Para mim, como benfiquista, recordo a subtileza e mestria, aqueles golos de cabeça que, no velho estádio, me fizeram saltar tantas e tantas vezes", recordou Fernando Seara.

O dirigente 'encarnado' enalteceu ainda a importância de Artur Jorge, que jogou 16 vezes pela seleção principal portuguesa, na génese do sindicato de futebolistas.

"O Benfica expressa os sentidos pêsames, eu recordo o jogador, o treinador e o homem que deu dignidade ao futebolista em Portugal", rematou Fernando Seara.

Marcelo destaca conquista da título de campeão europeu como treinador do FC Porto

O Presidente da República lamentou esta quinta-feira a morte do antigo futebolista e treinador Artur Jorge e destacou, entre os títulos da sua carreira, a conquista da Taça dos Campeões Europeus em 1986/1987 quando treinou o FC Porto.

Numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa "lamenta a morte do treinador de futebol Artur Jorge, apresentando à sua família as mais sentidas condolências".

Segundo o chefe de Estado, "Artur Jorge será sempre lembrado pelo seu percurso como treinador de futebol, nomeadamente, e entre os vários títulos alcançados, pela conquista da Taça dos Campeões Europeus em 1987".

Nesta nota, refere-se que Artur Jorge "foi selecionador da Seleção Nacional de Futebol, treinador de vários clubes históricos em Portugal e no estrangeiro, onde também alcançou importantes títulos", e que em 1989 foi condecorado com o grau de grande-oficial da Ordem do Mérito.

Toni: "É uma parte de nós que parte"

Toni, ex-jogador e treinador de futebol, já reagiu à morte de Artur Jorge, em declarações à BTV. "É uma notícia que nos deixa tristes porque, embora sendo quase uma morte anunciada, fruto da doença, é uma parte de nós que parte. Conheci o Artur Jorge quando eu era júnior do Anadia e ele do FC Porto. Tivemos confrontos para o campeonato, cimentámos a nossa amizade na Académica e depois tivemos momentos bons enquanto jogadores, partilhando as cores do Benfica. Depois, cada um seguiu a sua carreira. É um treinador que marca a história do FC Porto, tendo sido o primeiro a ser campeão europeu. O futebol fica mais pobre. São palavras sentidas para alguém que deu um contributo ao futebol como jogador, treinador e selecionador".

Paulo Futre: "Nunca esquecerei essas palavras nem me esquecerei de você"

O ex-jogador de futebol Paulo Futre reagiu à morte de Artur Jorge recordando palavras que o treinador disse à equipa em Viena, na final da Taça dos Campeões Europeus de futebol. 

“Vocês têm 45 minutos para entrar na história.” E entramos! Nunca esquecerei essas palavras nem me esquecerei de você. Obrigado por tudo. Até sempre, Eterno Mister. Os meus mais sinceros pêsames a toda a sua familia. Descanse em Paz", escreveu.

André Villas-Boas 'despede-se' de Artur Jorge com um "até sempre"

 O treinador e candidato à presidência do FC Porto André-Villas Boas assinalou esta quinta-feira a morte do antigo treinador e selecionador nacional de futebol Artur Jorge com um "até sempre", lembrando o título europeu 'azul e branco' de 1987.

"Até sempre Artur Jorge. Os meus mais sinceros pêsames a toda a sua família. Que descanse em paz", escreveu, numa breve nota publicada na sua página da rede social Facebook, a propósito do antigo jogador e treinador, que morreu hoje, aos 78 anos.  

A acompanhar essa mensagem, André-Villas Boas publicou uma imagem de Artur Jorge a erguer a Taça dos Campeões Europeus, conquistada pelos 'dragões' em 27 de maio de 1987, em Viena, após a vitória por 2-1 na final com o Bayern de Munique.

Vitória de Guimarães realça "perda enorme"

O Vitória de Guimarães considerou esta quinta-feira que a morte do antigo treinador e selecionador nacional Artur Jorge representa "uma perda enorme para o futebol português", enviando condolências à família e amigos.

"O Vitória Sport Clube manifesta o mais profundo pesar e tristeza pelo falecimento de Artur Jorge, aos 78 anos. É uma perda enorme para o futebol português", refere a nota publicada pelos vimaranenses no sítio oficial.

Humberto Coelho diz que antigo colega "prestigiou o futebol português"

Humberto Coelho, vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), lamentou esta quinta-feira a morte do antigo colega de equipa Artur Jorge, considerando que foi alguém que "prestigiou o futebol português".

"O Artur Jorge não foi apenas um grande jogador e treinador de futebol, mas também uma grande pessoa. Tivemos momentos muito bons, enquanto adversários, estava ele na altura na Académica e tinham uma grande equipa. Jogos muito difíceis e duros, com resultados imprevistos", disse, em declarações divulgadas pela FPF.

Humberto Coelho lembrou depois o momento em que se encontraram no Benfica e na seleção nacional, referindo que construíram uma "amizade muito forte".

"Depois foi meu colega no Benfica e na seleção nacional. Em parceria com o Toni, construímos uma amizade muito forte. É um momento muito triste, mas a vida é assim. Envio os meus sentimentos à família", afirmou.

O antigo defesa central destacou ainda Artur Jorge como um profissional "competente, dedicado e com resultados notáveis", salientando que "prestigiou o futebol português".

Liga e Federação lamentam a morte de treinador

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) lamentaram esta quinta-feira o desaparecimento do antigo futebolista e treinador Artur Jorge, que morreu aos 78 anos.

"Para sempre um nome ligado ao nosso futebol. Descansa em paz, Artur Jorge", lê-se numa publicação da FPF na rede social X, acompanhada por uma fotografia do treinador enquanto selecionador luso, cargo que ocupou em duas ocasiões.

Em comunicado, a LPFP refere que "lamenta profundamente o falecimento de Artur Jorge, antigo internacional português, que se notabilizou tanto como jogador e treinador ao serviço de FC Porto, Benfica e Académica".

"À família enlutada e a todos os adeptos em geral, a Liga Portugal endereça as mais sentidas condolências", lê-se.

Sindicato dos jogadores lamenta morte do primeiro presidente e sócio n.º 1

O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) lamentou esta quinta-feira a morte de Artur Jorge, primeiro presidente e sócio número um, salientando que teve um papel fundamental na afirmação do organismo.

"O Sindicato dos Jogadores está de luto pelo falecimento do seu primeiro presidente e sócio n.º 1, Artur Jorge. Fundado a 23 de fevereiro de 1972, o Sindicato dos Jogadores foi constituído por Artur Jorge, Eusébio, António Simões, Fernando Peres, Rolando, Manuel Pedro Gomes e João Barnabé, entre outros, e no primeiro comunicado que emitiu exigiu o fim da lei da opção e respeito pelas garantias laborais dos jogadores", refere em comunicado.

O sindicato acrescenta que, enquanto primeiro presidente, Artur Jorge ajudou a "estabelecer a organização" e foi fundamental na "criação de condições para que o sindicato se viesse a afirmar", lembrando o seu percurso como futebolista e como treinador.

O presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, manifestou também "o mais profundo pesar" pela morte de Artur Jorge.

"Foi com enorme tristeza que recebi a notícia do falecimento de Artur Jorge e as minhas primeiras palavras são para a sua família e amigos próximos, neste momento de profunda dor. O Artur será sempre uma das figuras mais importantes e respeitadas do futebol português", disse, citado no comunicado.

Evangelista considerou Artur Jorge um dos "pais fundadores" do sindicato, referindo que lhe devem a "coragem, o espírito de missão e o sacrifício para dar vida à estrutura sindical, em plena ditadura".

"Quis o destino que nos deixasse na véspera do aniversário da organização que ajudou a fundar, sendo da mais inteira justiça, em nome de todos os futebolistas, das mais diversas gerações, prestar-lhe a mais sincera homenagem. Um homem bom, que respirava futebol e esteve sempre do lado das causas certas. Descanse em paz Artur Jorge, obrigado pelas coisas bonitas", concluiu.

Presidente da Académica recorda homem que marcou desporto nacional

O presidente da Académica - Organismo Autónomo de Futebol (OAF) disse esta quinta-feira que o antigo selecionador nacional Artur Jorge será sempre recordado como um homem que marcou o desporto português.

Em declarações à agência Lusa, Miguel Ribeiro manifestou o "profundo pesar" pela morte do antigo treinador de futebol, que faleceu hoje aos 78 anos, vítima de doença prolongada, e ao mesmo tempo o orgulho da sua passagem por Coimbra.

"Foi um futebolista que tivemos a felicidade de passar por Coimbra e que marcou um período de ouro da Académica (1965-1969), que ia conquistando um campeonato e uma Taça de Portugal e foi às competições europeias", sublinhou o dirigente.

O presidente do clube dos 'estudantes' salientou ainda a passagem de Artur Jorge pelo comando técnico da 'briosa' na época 2002/03, na qual conseguiu a manutenção num ano "extremamente difícil".

Ao serviço da Académica, Artur Jorge chegou a ser o segundo melhor marcador do campeonato, na época 1966/67, apenas superado por Eusébio, na qual a Académica obteve o segundo lugar, atrás do Benfica, na sua melhor classificação de sempre.

Artur Jorge estreou-se como treinador principal no Belenenses, em 1981/82, temporada em que também esteve no Portimonense, clube onde manter-se-ia até ao final da época 1983/84.

João Paulo Correia recorda os feitos de personalidade marcante

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, recordou hoje os "inúmeros feitos" do antigo futebolista e treinador Artur Jorge, que morreu aos 78 anos.

"Faleceu Artur Jorge. São inúmeros os feitos como jogador, treinador e selecionador nacional. Será sempre recordado como o primeiro treinador português campeão europeu e como uma personalidade marcante no futebol português. À família e amigos, os meus sentimentos", escreveu o governante, na rede social X.

Belenenses recorda transição de futebolista para treinador

O Belenenses recordou o fim da carreira de futebolista e o início do percurso como treinador no clube de Artur Jorge, antigo selecionador luso e treinador campeão europeu pelo FC Porto, que morreu esta quinta-feira aos 78 anos.

"Os órgãos sociais do Clube de Futebol 'Os Belenenses' tomaram conhecimento do falecimento de Artur Jorge, aos 78 anos, avançado que totalizou 51 jogos e 14 golos de Cruz de Cristo ao peito entre as temporadas 1975/76 e 1977/78, tendo regressado ao Restelo em 1981/82 para orientar o plantel sénior em nove partidas", explicaram.

Em comunicado assinado pelos órgãos sociais do clube do Restelo, que alinha agora na II Liga de futebol, estes expressaram "as mais sentidas condolências" a todos os seus familiares e amigos, "neste momento difícil e em nome de toda a família belenense".

Fernando Gomes assume consternação por figura indelével do futebol

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, assumiu esta quinta-feira a consternação pela morte do antigo jogador e treinador Artur Jorge, que considerou "uma figura indelével do futebol português".

"Foi com grande consternação e tristeza que tomei conhecimento da morte de Artur Jorge, uma figura indelével do futebol português. Jogador de grande gabarito, internacional por 16 vezes, selecionador nacional em duas ocasiões e, como treinador principal, campeão europeu ao serviço do FC Porto, Artur Jorge sempre prestigiou o futebol nacional na Europa e no mundo", lê-se na mensagem de condolências de Fernando Gomes.

"Teve passagens marcantes pelo futebol francês, onde foi um grande elo de ligação com a comunidade emigrante lusa, e acima de tudo foi uma pessoa que sempre pautou a sua conduta pelos mais exigentes padrões da ética pessoal e desportiva", prosseguiu o líder Federativo.

Fernando Gomes destacou o antigo futebolista e treinador como "grande intelectual, pessoa com um perfil afável, humilde e discreto", mas também pelos sucessos: "Foi igualmente o primeiro treinador português a conquistar uma Taça dos Campeões Europeus, ao serviço do FC Porto".

"Todos os amantes do futebol recordam com grande carinho essa conquista indiscutivelmente fundadora, no final dos anos 80, do ressurgimento do futebol nacional nos grandes palcos internacionais. A toda a família e amigos do Artur Jorge, envio, em nome da FPF, envio as mais sentidas condolência e a garantia que o futebol português sempre o recordará com eterna saudade", concluiu Fernando Gomes.

Pedro Proença fala em "perda irreparável" para futebol português

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, considerou esta quinta-feira que a morte do antigo treinador e jogador Artur Jorge é "uma perda irreparável" para o futebol luso.

"A morte de Artur Jorge, aos 78 anos, representa uma perda irreparável para o futebol português", escreveu Pedro Proença, na rede social Facebook.

O líder da Liga de clubes refere que Artur Jorge ficará para a história como "um jogador diferenciado e um treinador que ajudou a colocar o nome de Portugal no mundo com a conquista da Taça dos Campeões Europeus, em 1987", pelo FC Porto.

"Por direito próprio, transformou-se numa referência do futebol, alguém com quem tive o privilégio de privar e manter uma excelente relação", afirmou.

Paris Saint-Germain recorda homem erudito que deu segundo título nacional

O Paris Saint-Germain recordou esta quinta-feira o treinador português Artur Jorge, que morreu aos 78 anos, como uma "personagem erudita" que levou o clube ao seu segundo título de campeão francês de futebol em 1993/94.

Numa nota de condolências publicada no seu sítio oficial na Internet, o atual campeão francês recorda a contratação de Artur Jorge em 1991 para comandar a equipa.

"Em 1991, o Paris Saint-Germain contratou essa personagem erudita e francófona com o objetivo de conquistar um segundo título de campeão de França. Em três anos, esse objetivo foi alcançado", lê-se.

Recordando igualmente o "célebre bigode" de Artur Jorge, o PSG fez um balanço do percurso de carreira de Artur Jorge, concluindo a nota apresentando "as mais sinceras condolências" à família do antigo selecionador português.

Queiroz destaca feitos "extraordinários e brilhantes" em carreira impar

O técnico Carlos Queiroz afirmou esta quinta-feira que o antigo futebolista e treinador Artur Jorge, que morreu aos 78 anos, conseguiu feitos "extraordinários e brilhantes", naquela que foi uma "carreira impar" no futebol português.

"Estimado Campeão Artur Jorge. Todas as palavras que possam ser escritas ou ditas agora, não conseguirão nunca exaltar com justiça os extraordinários e brilhantes feitos de uma carreira ímpar ao serviço do futebol português", afirmou o treinador luso, também antigo selecionador nacional.

Queiroz salientou ainda que a memória de Artur Jorge perdurará em todos os que o admiravam, dentro e fora do campo.

"Sentimos e sabemos do teu exemplo de Campeão, Homem, Jogador e Treinador, que chegou e partiu maior do que tudo e todos. Um forte e carinhoso abraço para todos os que em paz te amam e a quem desejo toda a coragem e conforto neste triste momento", disse.

Damásio lembra que contratou treinador "com melhor currículo"

O antigo presidente do Benfica, Manuel Damásio, recordou esta quinta-feira que quando contratou Artur Jorge, que morreu esta madrugada, aos 78 anos, procurou "o treinador português com melhor currículo" naquela época, em 1994.

"Tenho uma grande consideração pelo homem e pelo treinador. Quando fui para o Benfica, fiz um pouco aquilo que fazia na minha vida privada, em termos de gestão, e fui à procura do treinador português com melhor currículo. E era o Artur Jorge", disse Manuel Damásio, em declarações à agência Lusa.

Apesar de reconhecer que "depois, as coisas não correram lá muito bem" em termos desportivos, Damásio destacou que Artur Jorge "era uma pessoa culta, licenciada, que sabia ouvir" mesmo em contextos "fora do futebol".

Recordou o problema de saúde que o treinador teve enquanto estava ligado ao Benfica, "que o acompanhou" nesse processo, e destacou "um grande treinador português" com quem teve "uma boa relação".

"Já se sabe como é o futebol. Nós organizamos, pensamos que estamos a fazer o melhor, mas a bola bate na trave e caem pela base todos os projetos", desabafou Manuel Damásio.

Já Gaspar Ramos, vice-presidente para o futebol nessa época, lembrou também que Artur Jorge teve um período de "grande mérito, reconhecido por todos", enquanto jogador do clube, mas admitiu que a sua passagem como treinador "não foi tão agradável" quanto desejava.

"Mas foi uma pessoa que passou pelo Benfica, teve os seus méritos, os seus desaires, coisas boas e coisas más. Isso é a vida. Nesta hora em que ele desaparece, temos de lamentar", disse o antigo dirigente à agência Lusa.

Sérgio Conceição diz que todos os elogios são merecidos

Sérgio Conceição assegurou esta quinta-feira que são merecidos todos os elogios feitos ao antigo treinador Artur Jorge, com quem o atual treinador do FC Porto se estreou na seleção portuguesa.

"É uma perda enorme, não só para o país, mas também para o futebol, para o desporto em geral e mais concretamente para o FC Porto. Primeiro quero mandar um abraço à família, um abraço sentido da minha parte, do grupo de trabalho e da minha família também. Houve muita ligação entre mim e o senhor Artur Jorge na minha primeira convocatória para a seleção nacional", afirmou Sérgio Conceição, citado pelo emblema dos 'dragões', reconhecendo em Artur Jorge "um grande homem, um grandíssimo profissional".

"Tive o azar de me magoar duas vezes e à terceira fui internacional nas Antas com ele", referiu Sérgio Conceição, recordando o dia 9 de novembro de 1996, quando substituiu Rui Costa na vitória da equipa das 'quinas' frente à Ucrânia, em jogo de qualificação para o Mundial1998.

O atual treinador dos 'azuis e brancos' considerou "uma perda grande para todos", com o desaparecimento de um dos técnicos com mais jogos e títulos a orientar o FC Porto.

"Tenho um afeto especial porque a pessoa que me lançou no futebol era a Dona Filomena, cunhada do senhor Artur Jorge, são de Coimbra. Conheço os sobrinhos, joguei com eles, e tínhamos uma ligação grande a esse nível. Agora o que fica são as grandes memórias de um grande homem, um grandíssimo profissional e o primeiro treinador português a ganhar uma Liga dos Campeões", vincou.

"Era um gentleman, alguém de um trato fantástico, não era seguramente o meu estilo, o meu estilo no sentido em que eu sou um bocadinho mais efusivo a passar a minha mensagem e ele era uma pessoa muito tranquila, muito calma e foi uma inspiração para todos, sinceramente. Eu adorei trabalhar com ele na seleção nacional. Conheci-o também um bocadinho fora do futebol e era essa pessoa de que toda a gente fala. E agora não é por ele partir que vamos de elogio fácil. É merecido. Tudo aquilo que eu disse e que as pessoas dizem do Artur Jorge", concluiu.

Rui Águas recorda nome invulgar do futebol nacional

O ex-avançado internacional português Rui Águas, autor do primeiro golo da equipa das 'quinas' sob orientação de Artur Jorge, recordou o antigo futebolista e treinador, falecido esta quinta-feira aos 78 anos, como figura particular da modalidade.

"Deixa-nos uma pessoa muito especial enquanto jogador, treinador e vencedor de uma Taça dos Campeões Europeus. Era uma pessoa diferente ou, melhor dizendo, invulgar", disse à agência Lusa o ex-jogador, que assistiu à primeira passagem pelo comando da seleção nacional do 'rei', que já o treinava em simultâneo no FC Porto, de 1990 e 1991.

Entre dois períodos ao serviço do Benfica (1985-1988 e 1990-1994), Rui Águas alinhou pelos 'dragões' e sagrou-se campeão nacional em 1989/90, temporada que assinalou o regresso de Artur Jorge ao clube das Antas, pelo qual arrebatou a Taça dos Campeões Europeus, em 1986/87, ao derrotar os alemães do Bayern Munique na final, em Viena.

"Não precisávamos de falar muito. Eu percebia sempre que ele gostava de mim, que se entendia comigo e gostava da minha opinião. Não era uma pessoa muito aberta, sendo mais para o introvertido. Ainda assim, não é preciso falar muito para que as pessoas se entendam quando têm pontos em comum", transmitiu o ex-ponta de lança, de 63 anos.

Com 17 tentos em 31 partidas, Rui Águas foi o segundo melhor marcador da I Liga em 1989/90, apenas atrás do sueco Mats Magnusson, com 33 tentos pelo Benfica, clube ao qual o filho de José Águas, antiga glória 'encarnada', retornaria na temporada seguinte.

A relação pessoal com Artur Jorge perdurou na seleção nacional, tendo o ex-avançado abrilhantado a estreia do sucessor de Juca em 29 de agosto de 1990, ao marcar aos 57 minutos do particular com a recém-campeã mundial RFA (1-1), 'anulando' o livre direto concretizado aos 14 pelo capitão Lothar Matthäus, no antigo Estádio da Luz, em Lisboa.

"Lembro-me perfeitamente. Foi um golo importantíssimo para mim. Embora não [tivesse sido num desafio] oficial, marquei à seleção campeã do mundo na Luz. Sei que o Jorge Cadete recuperou a bola e cruzou-a para mim. Foi uma noite boa", frisou, acerca de um embate que reuniu apenas 20.000 espectadores e marcou igualmente a estreia de Berti Vogts como substituto Franz Beckenbauer, falecido no mês passado, no banco da RFA.

A 'mannschaft' atuou pela primeira vez desde a vitória sobre a Argentina (1-0), de Diego Maradona, na final do Mundial de 1990, em 08 de julho, no Estádio Olímpico de Roma, eternizada com um penálti tardio batido por Andreas Brehme, que morreu na terça-feira.

O encontro particular com Portugal significou também a última aparição futebolística da RFA antes da reunificação alemã, em 03 de outubro, e precedeu o início da qualificação para a fase final do Euro1992, que os lusos falharam e foi dominada pela surpreendente Dinamarca, ao impor-se aos germânicos na decisão (0-2), em Gotemburgo, na Suécia.

Vítor Baía recorda "um dos maiores de sempre" em Portugal

O antigo internacional português e atual dirigente do FC Porto Vítor Baía referiu-se a Artur Jorge, hoje falecido, aos 78 anos, como "um dos maiores de sempre" do futebol português.

"Artur Jorge, treinador e homem que recordarei como um dos maiores de sempre", escreveu o vice-presidente do clube azul e branco, cuja baliza defendeu durante muitas épocas.

Numa publicação nas redes sociais ilustrada com uma foto de celebração juntamente com o técnico, João Pinto e Aloísio, Vítor Baía recorda "o dia em que [Artur Jorge] entregou sem medo a baliza do FC Porto a um jovem de 18 anos".

Baía, internacional português em 80 ocasiões, recorda sobretudo "as lições de futebol e de vida" que Artur Jorge "sempre transmitiu a quem com ele trabalhou", agradecendo-lhe por esse facto e despedindo-se com um "até sempre".

Tópicos: Artur Jorge, Óbito