Oeiras é o único município da Área Metropolitana de Lisboa, para além da capital, que todos os dias recebe quase tantas pessoas para trabalhar como as que saem. Para fora vão entre 57 e 58 mil por dia e entram perto de 50 mil, vindos de Lisboa, Sintra, Amadora ou Cascais em direção aos vários parques empresariais do concelho, disse o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino de Morais, em entrevista.
“Temos uma grande pressão de pessoas e carros vindos de outros municípios, quase 30% de Lisboa”. E é por isso que “os projetos para melhorar a mobilidade e os eixos em transporte público entre os municípios, como o LIOS ou o SATU, são críticos para o município, para milhares de pessoas e para o ambiente”, assume o autarca do concelho com o segundo maior Produto Interno Bruto do país.
Em causa no LIOS (Linha Intermodal Ocidental Sustentável) está o projeto inicial de metro ligeiro de superfície a ligar Alcântara, Algés e Cruz Quebrada, -mas sem ser em linha reta, para atravessar Linda-a-Velha, Miraflores e Restelo. Mas o projeto, com modificações várias, não está a andar ao ritmo desejado, sobretudo se o objetivo for também aproveitar os fundos do PRR (Programa de Recuperação e Resiliência), alerta Isaltino de Morais. O objetivo inicial era a articulação com a extensão da Linha Vermelha do Metro de Lisboa até Alcântara e com a extensão do elétrico 15E da Carris, desde Algés ao Jamor.
“Já tivemos duas ou três reuniões com o Carlos Moedas, mas parece que a visão de agora não é a mesma e há aqui um problema de liderança _ é o Metro ou a Câmara Municipal de Lisboa que decide?”, questiona Isaltino.