O mercado de transferências encerrou à meia-noite de segunda-feira em países como Portugal e Arábia Saudita, e já há dados concretos sobre os campeonatos onde se gastaram mais durante esta janela de verão. Os clubes da I Liga portuguesa, de acordo com dados oficiais da FIFA, gastaram neste defeso um total de 228,4 milhões de euros em 394 reforços, sendo que a grande fatia foi, obviamente, desembolsada pelos três grandes.
Comparando com a época passada, também tendo em conta apenas o mercado de verão, observa-se que os clubes da I Liga foram mais poupados, já que na temporada transata foram gastos 202,2 milhões de euros, ou seja, uma diferença de menos 25,7 milhões de euros.
Nas receitas, como costuma ser regra, a liga portuguesa obteve um saldo bastante positivo, pois as vendas de 444 futebolistas atingiram os 448,7 milhões de euros, fazendo com que Portugal, em relação ao ano passado, ascendesse do sétimo para o quarto lugar - os ingleses, com um recorde de 1,13 mil milhões de euros, destronaram os germânicos, apenas quintos, com 437 M€ , os franceses (685,3 M€) e os espanhóis (504,3 M€).
O clube que mais dinheiro gastou foi o Benfica, cerca de 53,5 milhões, de acordo com o portal Transfermarkt, um valor que inclui as aquisições de Rollheiser e Carreras, que já representavam o clube, mas por empréstimo, e que agora foram adquiridos em definitivo. Sem estas duas transferências, o investimento foi de 38 milhões de euros.
Já o Sporting investiu 52,9 milhões de euros em novos jogadores, com a particularidade de neste mercado ter gasto mais dinheiro do que recebeu (40,55 milhões de euros).
O FC Porto desembolsou 39,1 milhões de euros em reforços, contando com a verba paga pelo passe de Francisco Conceição ao Ajax, jogador entretanto emprestado à Juventus. Se retirarmos este item, os dragões ficaram-se pelos 28,6 milhões de euros. Em termos de vendas, nenhum dos rivais se aproximou do Benfica, com um encaixe de cerca de 146,92 milhões.
No plano global, o mercado inglês voltou a ser o que mais dinheiro movimentou, num total de 1,53 mil milhões de euros. Seguiu-se e a Liga Italiana, com gastos de 747,8 milhões e a francesa que investiu 631,8 milhões.
Logo atrás surge a Liga Espanhola, com gastos em aquisições de 543 milhões de euros, depois a Liga Alemã, 518,5 M€, e a Liga Saudita, que tinha sido a segunda amais gastadora na época passada, mas que este ano se ficou pelos 228,4 milhões de euros em reforços. Refira-se, contudo, que esta quantia foi paga apenas por 128 jogadores que chegaram este verão àquele país, enquanto nos outros casos a média de jogadores contratados ronda os 350.
Este relatório da FIFA mostra ainda mais uma curiosidade. É que contabilizando todos os países a nível mundial, os clubes da I Liga portuguesa foram os que mais futebolistas contrataram neste defeso, num total de 394, apenas atrás da Liga Inglesa (526) e do Brasil (412).
Em termos de saídas de futebolistas, Portugal registou 444, acima das 437 verificadas no mercado do último verão, que colocam a I Liga portuguesa no quarto posto entre os países mais vendedores, atrás dos ingleses (523), dos brasileiros (469) e dos espanhóis (454).
Outro dado curioso é o facto de, entre as sete ligas que mais dinheiro gastaram em transferências de jogadores, a portuguesa ter sido a que deu um maior saldo positivo depois de feitas as contas entre compras e vendas, neste caso com um lucro de 220,3 milhões de euros.
A FIFA registou neste defeso um recorde de transferências (entre 1 de junho a 2 de setembro), um total de onze mil, e com o segundo maior volume de dinheiro movimentado de sempre. As mais de 10 900 transferências representam um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior.
nuno.fernandes@dn.pt